02/11/2023 - 08:30 - 10:00 COC11.1 - Vulnerabilidades e estratégias de cuidado à pessoa idosa |
47585 - POLARIZAÇÕES INTERGERACIONAIS PERCEBIDAS NAS NARRATIVAS DE MULHERES IDOSAS PARTICIPANTES DE PRÁTICAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES (PICS) NO MUNICÍPIO DO RIO DE JANEIRO MARINA FAGUNDES GUEIROS - IESC (UFRJ), MAYARA CASSIMIRA DE SOUSA - IESC (UFRJ), JAQUELINE FERREIRA - IESC (UFRJ)
Apresentação/Introdução Introdução- O Brasil vem caminhando de maneira acelerada em direção à velhice e à longevidade. No entanto, a sociedade brasileira não enxerga a pessoa idosa em sua integralidade, tampouco reconhece a pluralidade dessa etapa da vida. Nesse sentido, o fator que vem precarizando a saúde e ocasionando mortes precoces é a discriminação etária, que provoca isolamento social e onera a economia. Essa discriminação, também conhecida como idadismo, diz respeito as ideias estereotipadas que criamos, aos preconceitos que experimentamos e a discriminação em relação à idade, ao envelhecimento e à velhice. Trata-se de um preconceito que pode interferir no olhar dos indivíduos para si mesmos e provocar conflitos entre gerações.
Objetivos Este trabalho pretende contribuir para o debate sobre a importância da aproximação entre gerações como uma estratégia de enfrentamento do preconceito contra pessoas idosas.
Metodologia As reflexões a seguir emergem de uma pesquisa de Doutorado em Saúde Coletiva e, portanto, são recortes de um estudo em andamento. Esse estudo fundamenta-se na abordagem qualitativa com referencial teórico da área de Ciências Sociais e Humanas em saúde. O estudo está sendo realizado com um grupo de 10 mulheres idosas participantes de práticas integrativas e complementares (PICS) em um Centro Municipal de Saúde do município do Rio de Janeiro no município do rio de Janeiro. O método utilizado é composto por entrevistas semiestruturada que tiveram início em maio deste ano de 2023. O projeto está de acordo com os preceitos éticos da resolução CNS n 466/2012, tendo sido submetido e aprovado pelo Comitê de Ética de Pesquisa (CEP) do Instituto de Estudos em Saúde Coletiva da Universidade Federal do Rio de Janeiro sob parecer número 5.473.135.
Resultados e discussão As gerações não existem de maneira isolada e a relação entre essas gerações é constituída por encontro, diálogo, afeto, comunicação, cuidado, responsabilidade, fidelidade e até mesmo conflito. No entanto, o envelhecimento ainda é concebido como algo negativo que deve ser evitado e, consequentemente, as pessoas idosas seguem sendo estigmatizadas. A Biodanza faz parte de atividades promotoras de saúde que foram integradas ao SUS, o que justifica sua inclusão em um Centro Municipal de Saúde. Esta prática, que se baseia em movimentos com música, promove momentos de bem estar individual e amplia a capacidade de vínculo afetivo. Portanto, a fala “o jovem precisa ser mais educado com a pessoa idosa” de uma das participantes, traz relevo para esse insulamento dos grupos etários que polariza, distancia e solda cada geração em suas representações idadistas. Algumas das narrativas, ratificam a ideia de que, é um grupo que promove saúde há 19 anos. Entretanto, ao mesmo tempo que esse fato, emerge como irrefutável, permite que se vislumbre os potenciais benefícios de um entrelaçamento intergeracional.
Conclusões/Considerações finais As polarizações intergeracionais percebidas nas narrativas das participantes deste estudo apontam para um longo caminho a ser percorrido. No entanto, elas também dão pistas de que as próprias engrenagens de assistência do SUS tem potência para arrefecer essa polarização intergeracional. Portanto, considerando que hoje as práticas exclusivas para pessoas criem mais muros do que pontes, cabe a nós pensar no engendramento de propostas que as tornem permeáveis ao público de outras gerações.
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