47772 - CONSTRUÇÃO DE PESQUISA PARTICIPATIVA NO CAMPO DA EDUCAÇÃO POPULAR E SAÚDE
SONIA ACIOLI DE OLIVEIRA - UERJ, ALEX SIMÕES DE MELLO - UERJ, ALINE BARRETO DE ALMEIDA NORDI - UFSCAR, ANA PAULA MOREL - UFF, CARLA PONTES DE ALBUQUERQUE - UNIRIO, CÉSAR AUGUSTO PARO - UNIFESSPA, GRASIELA NESPOLI - ESPJV/FIOCRUZ, HELENA S.L. DAVID - UERJ, JOSÉ CARLOS DA SILVAN - UFPB, JOSÉ IVO PEDROSA - UFPI, LUANDA DE OLIVEIRA LIMA - IFF/FIOCRUZ, MARCOS AURÉLIO MATOS LEMÕES - UFPEL, MARIA ROCINEIDE FERREIRA DA SILVA - UECE, OSVALDO PERALTA BONETTI - FIOCRUZ- BRASÍLIA, PAULETTE CAVALCANTI DE ALBUQUERQUE - UFPE, PEDRO JOSÉ SANTOS CARNEIRO CRUZ - UFPB, RENATA PEKELMAN - HOSPITAL NOSSA SENHORA DA CONCEIÇÃO - GHC, THERESA CRISTINA DE ALBUQUERQUE SIQUEIRA - UNIT, VANDERLÉA LAODETE PULGA - UFES, VERA LUCIA DE AZEVEDO DANTAS - SMS/FORTALEZA
Contextualização
Este trabalho é o relato de construção teórico-metodológica. O projeto é desenvolvido pelo Grupo Temático (GT) de Educação Popular e Saúde (EPS) da Associação Brasileira de Saúde Coletiva (ABRASCO) composto por pesquisadores, trabalhadoras/es das áreas da saúde e educação, assim como movimentos e grupos populares das regiões nordeste, sudeste, sul e centro-oeste do país.
Descrição
Trata-se de uma proposta de pesquisa originalmente idealizada em 2018 pelos integrantes do GT de EPS, na perspectiva de construção de um estudo que integrasse as diferentes instituições de pesquisa e ensino vinculadas ao Grupo, em uma ação de investigação que fosse participativa, solidária e multicêntrica, dando luz às práticas e aos movimentos de EPS e suas formas de organização. Ainda em 2018, o processo de pesquisa tem início com um subprojeto voltado especificamente à escuta e sistematização de narrativas de educadores populares em saúde brasileiros, na perspectiva de conhecer, visibilizar e analisar suas práticas. Intitulado “Antologia da EPS brasileira”, esse subprojeto é ancorado na perspectiva da história oral e vem entrevistando diferentes atores de variados tempos históricos da EPS, o que já resultou em 16 entrevistas, na publicação de 1 e-book e na construção de uma dissertação de mestrado. Após um período de planejamento coletivo, organização e algumas redefinições, o processo principal de investigação da pesquisa (no foco do projeto geral, com ênfase no mapeamento de ações de EPS na APS), é deflagrado em 2022, orientando-se pelos fundamentos da pesquisa-ação, buscando a interação entre os sujeitos envolvidos de modo a produzir conhecimentos partilhados a partir das realidades nos territórios e produzir troca e tomada de decisões compartilhadas entre os participantes. A construção teórico-metodológica do estudo, baseou-se nos princípios ético-políticos da educação popular e, em especial partiu das experiências do GT de EPS na construção dos encontros de educação popular e saúde, as práticas de EPS nos territórios em que atuam, e o diálogo que estabelecem com outros coletivos, movimentos e protagonistas que atuam na perspectiva da EPS no Brasil.
Período de Realização
2018 à 2023
Objetivos
Analisar experiências e práticas de Educação Popular e saúde (EPS) em territórios da Atenção Primária à Saúde (APS) no Brasil, com o objetivo de dar visibilidade as experiências e práticas, assim como as situações-limite e a produção de inéditos viáveis no contexto da crise sanitária, as trajetórias e práticas educativas de protagonistas das áreas da educação, saúde, de movimentos populares no contexto histórico e político no Brasil.
Resultados
Realizamos oficina de Planejamento com os pesquisadores do GT de EPS para discussão e pactuação da proposta, definição de estratégias para seu desenvolvimento pelo conjunto de participantes e troca de experiências prévias. Desse modo, foram definidas: a estratégia de divulgação da pesquisa, a realização de uma revisão de escopo sobre a temática, a construção de um formulário online e a realização de oficinas presenciais e/ou online. A divulgação ocorreu através das mídias sociais e a revisão está em andamento. O mapeamento de experiências de educação popular e saúde nos territórios da APS foi realizado com um formulário online divulgado no site da ABRASCO e redes sociais no período de janeiro a maio de 2023 sendo identificadas 83 experiências desenvolvidas a partir de coletivos comunitários, serviços de saúde e educação, e universidades.
Aprendizados
As experiências de EPS mapeadas, considerando os contextos político-sócio-histórico-geográficos dos territórios, são bastante heterogêneas e possuem bases teóricas, metodológicas e conceituais também diversas as quais muitas vezes não explicitam a fundamentação das experiências e práticas de educação popular em saúde. As experiências serão caracterizadas, de modo a identificarmos as aproximações e distanciamentos aos princípios da EPS, considerando ainda os produtos da revisão ampliada e da Antologia. Além disso, estão sendo planejadas oficinas e círculos de cultura no Rio de Janeiro, Ceará, Paraíba, Recife, Brasília, Piauí, São Carlos e Passo Fundo.
Análise Crítica
Esse trabalho reafirma a potência da articulação entre sujeitos e protagonistas das instituições de ensino e pesquisa, coletivos e movimentos populares na construção partilhada de conhecimentos emancipatórios e dialógicos. Além da troca de experiências, esse trabalho pretende contribuir para o fortalecimento da organização de práticas e experiências através da criação de um observatório e repositório de EPS no âmbito dos territórios. Entendemos que esse pode ser um espaço de diálogo e problematização das experiências no campo da EPS, assim como da retomada de modo transversal da Política Nacional de Educação Popular e Saúde, em momento de reafirmação da democracia popular no país.
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