Comunicação Oral Curta

02/11/2023 - 08:30 - 10:00
COC13.1 - Trajetórias de curricularizações

47774 - PROGRAMA DE EXTENSÃO CONSTRUISC: ENGAJAMENTO INSTITUCIONAL E PARTICIPAÇÃO POLÍTICA
KARINE WLASENKO NICOLAU - UFMT, CÁSSIA MARIA CARRACO PALOS - UFMT, LUCAS RODRIGO BATISTA LEITE - UFAM, ELYANA TEIXEIRA SOUSA - UFMT, MARIA ÂNGELA CONCEIÇÃO MARTINS - UFMT, YANA BALDUÍNO DE ARAÚJO - UFMT, LENIR VAZ GUIMARÃES - UFMT


Contextualização
O ideário contemporâneo de promoção da saúde nas Instituições de Ensino Superior (IES) deriva do movimento das Universidades Promotoras de Saúde, o qual, por sua vez, apresenta raízes no movimento “ambientes saudáveis”, da década de 1980, como parte do movimento mundial de promoção da saúde, impulsionado pela Organização Mundial de Saúde/OMS, conforme informam Arroyo e Rice (2009). Entende-se que a curricularização da extensão, formalizada no país em 2018, deve incluir ações capazes de promover a saúde pela participação política e engajada de sujeitos que compõem as IES, sem os quais não encontra razão de ser. O Programa ConstruISC: construindo um instituto promotor de saúde, do Instituto de Saúde Coletiva (ISC) da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), caminha nessa direção.

Descrição
O Programa de Extensão ConstruISC: construindo um instituto promotor de saúde, foi registrado e está em atividade no ISC da UFMT desde 2019. É composto por projetos variados, mas que apresentam como eixos agregadores o engajamento institucional, a participação política, especialmente no âmbito da Saúde; e a busca pela curricularização da extensão como prática formadora ética e comprometida socialmente.

Período de Realização
Programa em atividade de junho de 2019 até o momento. Em vigência até junho de 2024, com possibilidade de renovação.

Objetivos
O Programa objetiva promover uma ambiência saudável no ISC da UFMT; desenvolver ações de formação, educação e comunicação voltadas para a comunidade universitária interna e externa, pautadas no referencial da Promoção em Saúde e das Universidades Promotoras de Saúde; envolver docentes, técnico-administrativos, discentes de graduação e de pós-graduação em ações compartilhadas e co-coordenadas; estabelecer parcerias interinstitucionais, intrainstitucionais e intersetoriais, com proposição de agendas locais, regionais e nacionais, além de articulações e mobilização de parceiros(as) para respostas coletivas aos desafios técnicos, políticos e metodológicos à afirmação de um Instituto Promotor de Saúde, permeadas pelo engajamento institucional.

Resultados
Manutenção e renovação do Programa, com novos projetos a partir de 2022; proposta de construção de diagnóstico situacional na Atenção Básica, com ativa participação de discentes; parcerias interinstitucionais por meio da aproximação com a Rede Brasileira de Universidades Promotoras de Saúde (ReBraUPS) e com a Associação Brasileira de Pesquisa em Prevenção e Promoção da Saúde (BRAPEP); maior engajamento discente, especialmente na graduação; aperfeiçoamento da comunicação via digital; fomento de ações presenciais no pós-pandemia com migrantes, com foco no senso de solidariedade social e na análise crítica de contextos sociais; continuidade de projeto que narra a história do ISC UFMT, resgatando assim o sentido de pertencimento e de participação institucional; auxílio a discentes por meio de curso preparatório para concurso público, com participação de discentes como facilitadoras(es) e com relevante índice de aprovação e classificação, superior a 65%.

Aprendizados
Maior persistência e aposta em ações coletivas; desenvolvimento de confiança e reciprocidade entre docentes e discentes; melhor elaboração do sentido e significado da autonomia e da importância da participação discente na elaboração de propostas e nos processos decisórios.

Análise Crítica
A proposta de construção do diagnóstico situacional, no contexto da Atenção Básica, por exemplo, é consoante tanto com os objetivos propostos pelo Projeto Pedagógico do Curso de Graduação em Saúde Coletiva, como também uma via para promover saúde com base nas necessidades que emergem da própria comunidade/ campo de estágio (prático). Assim, a curricularização da extensão apresenta-se como meio para proporcionar ao(à) discente o amplo contato e a formação de vínculo com os serviços de saúde, com a comunidade e com outros(as) discentes, considerando que a extensão, por definição, inclui pessoas para além dos muros da universidade. O desafio que parece persistir e provocar a necessidade de ajustes e alterações contextualizados é manter em circulação e em processo de aperfeiçoamento as ações e os valores que orientam o Programa, a fim de que este não se automatize. Por um lado, a obrigatoriedade da curricularização pode ser um risco nessa direção. No entanto, por outro lado, sua permanência, formalizada institucionalmente, possibilitará análises mais consistentes de sua função na formação universitária.