Comunicação Oral Curta

02/11/2023 - 08:30 - 10:00
COC15.1 - Direito humano fundamental à saúde: identidade, dignidade e acesso ao sistema de saúde pela população LGBTQIAPN+

46925 - OS DESAFIOS ENFRENTADOS PELA POPULAÇÃO LGBT+ AO PROCURAR CUIDADOS NOS SERVIÇOS DE SAÚDE
ANDRÉ CARDOSO TAVARES - UECE, TAYANA VIVIAN RIBEIRO BASTOS - UECE, VITÓRIA SILVA DE ARAGÃO - UECE, THALITA CAROLINE COSTA FAÇANHA - UECE, ALYCEREGINA SIMÃO SILVA - UECE, LUCILANE MARIA SALES DA SILVA - UECE


Apresentação/Introdução
A homofobia e a transfobia social conferem como fatores de risco para o bem-estar das pessoas que se identificam como lésbica, gay, bissexual ou transgênero (LGBT). Enquanto L, G, B e T são geralmente ligados como um acrônimo que sugere homogeneidade, cada letra representa uma ampla gama de pessoas de diferentes raças, classes, idades, status socioeconômico e identidades.O que os une como minorias sexuais e de gênero são experiências comuns de estigma e discriminação e, especificamente no que diz respeito à saúde, uma história de patologização e discriminação (MULLER, 2017).
Como resultado, as pessoas que se identificam como LGBT+ enfrentam desafios no acesso a serviços de saúde. As reiteradas violações de seus direitos e a exclusão social geram sofrimento, adoecimento e morte prematura. Apesar de apresentarem piores condições de saúde do que a população geral, o acesso e a utilização dos serviços assistenciais são marcados por dificuldades e barreiras (GONZALES et al., 2016).
Deste modo é necessário que profissionais de saúde estejam atentos às barreiras de acesso aos serviços de saúde, impostas pela violação de direitos, na perspectiva de fornecer um ambiente acolhedor e inclusivo.


Objetivos
Conhecer os principais problemas enfrentados pela população LGBT+ ao procurar os serviços de saúde

Metodologia
O estudo trata-se de uma revisão integrativa da literatura científica que objetivou responder à seguinte questão: ‘’quais os principais problemas enfrentados pela população LGBT+ ao procurar serviços de saúde?’’
A busca dos artigos foi realizada no mês de junho de 2023, nas bases de dados LILACS, PubMed e MEDLINE. Os descritores utilizados foram: ‘’pessoas LGBT;’’ “LGBTQUIA+’’; ‘’serviço de saúde’’; ‘’acesso a saúde’’ combinado com os operadores booleanos AND e OR.
Os critérios de inclusão estipulados foram: artigos completos disponibilizados na íntegra publicados nos últimos 5 anos, escritos em língua portuguesa, inglesa e espanhola. Foram excluídas editorias e erratas, artigos de reflexão, matérias de jornais, resenhas, artigos de revisão e duplicatas.
Após a pesquisa, foram identificados 845 estudos, sendo 392 da PubMed, 311 LILACS e 142 da MEDLINE. Após aplicar os critérios de inclusão e exclusão foram excluídos 612, restando 233 estudos. Em seguida foi realizada a leitura dos títulos e resumos. Foram excluídos 224 trabalhos, restando 8 artigos que cumprem a amostra final do respectivo estudo de revisão, sendo 3 PubMed, 3 LILACS e 2 MEDLINE.


Resultados e discussão
Segundo Muller, 2017 a orientação sexual e a identidade de gênero são categorias importantes de análise para a equidade em saúde e levam a disparidades em todas as quatro dimensões do acesso à saúde (disponibilidade, aceitabilidade, capacidade de pagamento e informação).
No entanto, as práticas homofóbicas ainda estão presentes entre os profissionais de saúde em vários contextos, incluindo o uso de termos pejorativos aos membros desse grupo, o desrespeito ao nome social, atitudes discriminatórias e preconceituosas combinadas com a falta de competência e conhecimento, são fundamentais razões para essas disparidades, tornando um problema de saúde pública e coletiva (WESTWOOD et al.,2020).
Os estudos reforçam que o trabalho na atenção básica, além de dimensões técnica, econômica, política e ideológica, envolve um componente ético essencial vinculado à emancipação das pessoas e das famílias. (CAMPOS, 2018).
Segundo Ferreira et al., 2021 revelou que atenção primária, a qual deveria ser uma das responsáveis pelas ações de saúde comunitária, que prioriza a promoção e a prevenção em saúde, é a mesma que tem ofertado negações, violências, e negligência no cuidado às pessoas LGBT+.
As mulheres bissexuais e lésbicas encontram barreiras nos serviços ginecológicos, o não reconhecimento de sua sexualidade acarreta idas menos frequentes às unidades de saúde. Os obstáculos enfrentados para revelar a orientação sexual e, ainda mais grave, o não reconhecimento de sua prática sexual como legítima por parte dos médicos (RODRIGUES et al., 2021).
Costa, 2017 demonstra que a prática profissional tem sido marcada pelos padrões culturais heteronormativos, resultando em práticas inadequadas e preconceituosas. Desta forma a construção de discussões baseadas em orientações publicadas por especialistas e organizações profissionais se mostra urgente, devendo-se discutir diferenças entre crenças, atitudes sociopolíticas, legais e culturais, visando combater estigmas e preconceitos geradores de barreiras ao acesso e à qualidade da atenção à saúde integral da população LGBT+ (GUIMARÃES et al., 2017).


Conclusões/Considerações finais
A fim de superar os desafios é necessário a formação adequada dos profissionais de saúde para oferecer serviços à população LGBT+, é fundamental que estes sejam treinados de forma adequada e sensibilizados para a questões enfrentadas pela população e criar ambientes seguros, inclusivos e livre de preconceitos e com isso, avançar em direção a uma sociedade no qual todos tenham acesso a um cuidado igualitário e integral.