02/11/2023 - 08:30 - 10:00 COC15.2 - Direito humano fundamental à saúde: gênero, violência, dignidade |
47704 - NECESSIDADES DE SAÚDE DAS PESSOAS LGBTQ+ PRIVADAS DE LIBERDADE: UMA REVISÃO DE LITERATURA DANÚBIA ISLÂNDI OLIVEIRA SILVA - UEMS, CÁSSIA BARBOSA REIS - UEMS
Apresentação/Introdução As pessoas LGBTQ+ (lésbicas, gays, bissexuais, travestis, trasngêneros, queer e demais pessoas não-binárias e assexuais) enfrentam historicamente desafios para garantia de seus direitos previstos na Constituição de 1988 e estão expostas à vulnerabilidades que repercutem em sua saúde. Quando essas pessoas são privadas de liberdade há uma dupla vulnerabilidade (ALERICO, 2022).
Profissionais de saúde devem atentar-se a todo o processo de vulnerabilidade dessa população e suas implicações na saúde e consequente adoecimento (CARDOSO; FERRO, 2012. A enfermagem tem um papel de destaque na prática de cuidado à população LGBTQ+, no entanto, em pesquisa realizada por Silva et al. (2021) afiram-se que estratégias devem ser melhoradas para o cuidado à essa população, onde forma evidenciada fragilidades e lacunas durante o atendimento à esse público.
Há uma necessidade expressa que pesquisas relacionadas à saúde da população LGBTQ+ sejam realizadas, a fim de subsidiar dados epidemiológicos e informações importantes para necessidade de saúde dessa população (BEZERRA, et al. 2019).
Objetivos Diante disso, esse trabalho propõe-se a analisar na literatura estratégias de educação em saúde para a população LGBTQ+ privadas de liberdade.
Metodologia Trata-se de uma revisão de literatura, com abordagem de natureza qualitativa realizada entre maio e junho de 2023. Utilizou-se como descritores “Direito à saúde”, “LGBTQ”, “Pessoas privadas de liberdade”. Selecionou-se documentos publicados em inglês, português e espanhol, textos completos e gratuitos com temáticas relacionados ao tema. A pesquisa aconteceu nas seguintes bases de dados: SCIELO (Scientific Eletronic Library on line), Scopus, PubMed e para ampliar a busca e agrupar a literatura cinzenta utilizou-se o GoogleScholar. Os dados obtidos foram analisados e apresentados de forma descritiva.
Resultados e discussão Poucos estudos foram encontrados relatando as necessidades de saúde da população LGBTQ+. Percebe-se que as necessidades apresentam-se convergente ao que é apresentado pela Política Nacional de Saúde Integral de lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais (2013), tais como: citopatológico, necessidade de debate sobre Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST/Aids), há uma necessidade de alerta para saúde mental dessas pessoas, o debate sobre mudança corporal (hormônios, medicações, implantes).
A necessidade do debate sobre IST-s é reforçado em relato apresentado por Ferreira (2021). O trabalho de uma equipe multidisciplinar, bem como ações de educação em saúde faz diferença na condução dos cuidados de saúde à essa população.
Nos ambientes prisionais uma das necessidades apontadas foi o abuso sexual e violência sofrida por essa população. Estudo realizado por Santos (2019) revela que transexuais sofrem “violência constante em um lugar que deveria ser apenas para cumprimento de pena e ressocialização, mas que se tornou cenário de violência e caos”.
Como estratégias de enfretamento, é necessário que aconteça educação continuada e capacitação com profissionais de saúde, visando um atendimento humanizado e eficaz à essa população.
Por fim, é necessário entender que o adoecimento dessa população requer especificações dos conceitos de identidade sexual e identidade de gênero. A mulher lésbica, o homossexual masculino, a pessoa transgênero, cada um tem sua particularidade e necessidade de saúde específica. Não de objetiva aqui findar discussões e sim instigar para que práticas de saúde sejam efetivadas na singularidade do indivíduo.
Conclusões/Considerações finais As necessidades de saúde da população LGBTQ+ ainda são pouco discutidas. É necessário que pesquisas sejam realizadas in loco e que estratégias de educação em saúde sejam compartilhadas com a comunidade científica.
Há uma necessidade de capacitação profissional para o atendimento em saúde à essa população para que melhorias sejam repercutidas na saúde e melhoria desse público tão invisibilizado.
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