02/11/2023 - 08:30 - 10:00 COC17.1 - Ludicidade, participação de crianças e adolescentes e promoção de saúde mental |
46740 - UMA ESCOLA E MUITAS HISTÓRIAS: PRODUZINDO PROMOÇÃO À SAÚDE MENTAL E PRÁTICAS PARTICIPATIVAS COM ADOLESCENTES NO CONTEXTO ESCOLAR DANIELI AMANDA GASPARINI - DOUTORANDA DO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM TERAPIA OCUPACIONAL, UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS., RAFAELA MANCINI FABI - GRADUANDA EM TERAPIA OCUPACIONAL, UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS., NATHALIA VITÓRIA DE CARVALHO MARTINEZ - GRADUANDA EM ENFERMAGEM, UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS., MARINA SPERANZA - DOUTORANDA DO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM TERAPIA OCUPACIONAL, UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS., DIENE MONIQUE CARLOS - PROFESSORA ADJUNTA NO DEPARTAMENTO DE ENFERMAGEM E NO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM, UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS., MARIA FERNANDA BARBOZA CID - PROFESSORA ADJUNTA NO DEPARTAMENTO DE TERAPIA OCUPACIONAL E PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM TERAPIA OCUPACIONAL, UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS.
Apresentação/Introdução Introdução: As adolescências vêm sendo apontadas como um grupo de alta vulnerabilidade para o sofrimento psíquico e que, ainda assim, não tem recebido a atenção devida para suas necessidades de saúde mental. Neste caminho, estudos apontam sobre a necessidade de avançar no desenvolvimento de produções que não focalizem, somente, em diagnósticos psiquiátricos e estereótipos que relacionam este momento de vida como um processo inacabado e normalizado, mas que possam construir estratégias que garantam a participação, a escuta das necessidades, legitimando as perspectivas por meio de práticas emancipatórias e que considerem a pluralidade dos contextos, culturas e historicidades que fazem parte deste momento de vida. Tais apontamentos dialogam com o referencial da Atenção Psicossocial de crianças e adolescentes, que focaliza o direito à participação social de tais sujeitos na construção de suas demandas e de seu processo de cuidado, além de considerar o contexto escolar como potente espaço para o desenvolvimento de práticas de promoção à saúde mental (de natureza intersetorial), considerando este cenário como sendo de intensa circulação de adolescentes.
Objetivos Objetivo: Produzir conhecimento sobre a temática da saúde mental com adolescentes estudantes de escola pública e ações de promoção à saúde mental no contexto escolar.
Metodologia Metodologia: A pesquisa em desenvolvimento é de natureza participativa, que se constitui enquanto uma prática educativa, comprometida com o social e tendo a potência de transformação de realidades a partir da construção colaborativa do conhecimento, desenvolvendo-se na realidade concreta dos participantes individuais e coletivos. Participam do estudo vinte adolescentes de idades entre 12 e 18 anos de uma escola pública, localizada em uma cidade do interior de São Paulo. Os caminhos para produção de dados são construídos junto com os participantes, onde eles foram convidados a formar um grupo de investigação (alunos e membros da universidade). Este se reúne de forma periódica (encontros aproximadamente quinzenais), realiza atividades colaborativas, considerando aquelas que são pertinentes aos adolescentes participantes. As temáticas da saúde mental são trabalhadas através de estratégias de sensibilização e metodologias visuais e criativas como: fotografias, filmagens, construção de cartazes de colagens com descrições e a realização de cine debates. Para o registro das informações, utiliza-se diários de campo, registro de imagens, áudios e vídeos.
Resultados e discussão Resultados e Discussão: Até o presente momento foram realizados sete encontros, sendo construído um processo reflexivo sobre a saúde mental. O grupo tem relacionado a temática com a oportunidade de criação de espaços de acolhimento na escola refletindo sobre estratégias possíveis para a sensibilização da comunidade escolar para isso. No processo em construção, os/as adolescentes têm construído conceitos sobre acolhimento, apontando elementos referentes aos relacionamentos (com amigos e familiares), indicando que ser acolhido é poder se sentir amado, não estar excluído e ter espaços de escuta e suas demandas consideradas. Também relacionaram o processo de acolhimento com o esporte e a arte, além do próprio contexto escolar, indicando o que pode torná-lo mais acolhedor, a saber: ampliação de atividades lúdicas; melhora da estrutura física da escola; e convivência da comunidade escolar baseada no respeito, empatia e no combate de atitudes discriminatórias, como o racismo. No processo em desenvolvimento, o grupo também tem percebido a dificuldade de se garantir o lugar de participação de adolescentes no contexto escolar e a necessidade de sensibilização da equipe gestora e dos professores no reconhecimento das demandas dos alunos. Os/as participantes têm sinalizado que os encontros e as atividades realizadas, além de possibilitar a construção participativa do conhecimento e de outras formas de se expressar, têm se constituído enquanto um espaço potente de reflexão e experiências positivas, já que o grupo levanta coletivamente as suas demandas e depois as formas possíveis de serem acolhidos e considerados.
Conclusões/Considerações finais Considerações Finais: A pesquisa tem contribuído com elementos teóricos e práticos que podem subsidiar a reflexão de que é possível a construção de ações de promoção à saúde mental de adolescentes no contexto escolar quando se considera as necessidades e possibilita lugares de escuta, protagonismo e participação das adolescências.
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