02/11/2023 - 08:30 - 10:00 COC17.1 - Ludicidade, participação de crianças e adolescentes e promoção de saúde mental |
47572 - A ESCOLA COMO ESPAÇO DE INTERLOCUÇÃO E PROMOÇÃO DA SAÚDE: CAMINHOS PARA EDUCAÇÃO EM SAÚDE NA INFÂNCIA, NO CONTEXTO DA AMAZÔNIA BRASILEIRA, SANTARÉM-PARÁ SOLANGE MARIA DE ALMEIDA DA SILVA - UFOPA-ISCO, PEDRO COHCO WAI WAI - UFOPA-ISCO, LÚCIA DIAS DA SILVA GUERRA - USP-FSP, ELAINE CRISTINY EVANGELISTA DOS REIS - UFOPA-ISCO
Apresentação/Introdução As práticas de saúde vivenciadas por crianças no ambiente familiar, apoiadas nas questões de diversidade cultural, são incorporadas na vida escolar, bem como, o conhecimento sobre saúde aprendido na escola, podem ser agregados nos diversos espaços sociais de inserção de crianças. A diversidade sociocultural está presente em nossa sociedade em todos os ambientes, pois estamos em constante contato com outras culturas, através da linguagem, comida, vestuário, religião e outras tradições, coexistindo grupos com culturas diferentes no mesmo território. A promoção da saúde no ambiente escolar dinamiza contribuições para a escola e para os indivíduos que ali estão inseridos, aproximando-os de discussões que podem reduzir preconceitos e estigmas, favorecendo a geração de identidades e o pensamento crítico e reflexivo para além do contexto escolar. Entretanto, considerando que a educação é uma relação social, ainda que universal, é realizada de formas diferentes, sendo relevante destacar que não possui uma garantia de incorporação de conhecimento. A curto prazo, geralmente provoca mudanças de atitudes, mas, aliar saber e prática, requer que o processo educativo seja apoiado em metodologias reflexiva, autônoma e libertadora. A educação em saúde, envolve práticas de ensino para a produção e sistematização de conhecimentos relativos à autonomia individual e coletiva para a formação e consolidação de formas de viver saudável, considerando o conhecimento do indivíduo e aplicabilidade em seu cotidiano.
Objetivos Diante disso, este estudo buscou desenvolver atividades de educação em saúde na escola da aldeia Curucuruí, com alunos do fundamental I, visando a promoção da saúde na infância.
Metodologia O estudo utilizou como caminho metodológico a pesquisa-ação, a qual emprega conhecimentos empíricos e método participativo tanto dos pesquisadores quanto do público envolvido, esse tipo de pesquisa social com base empírica que é concebida e realizada em estreita associação com uma ação ou com a resolução de um problema coletivo na qual os pesquisadores e os participantes representativos da situação ou do problema estão envolvidos de modo cooperativo e participante. Este estudo foi realizado no município de Santarém-Pará, Região da Amazônia brasileira, na Comunidade Curucuruí, na Escola Municipal de Ensino Fundamental São Tomé, com 26 alunos, do ensino fundamental I. A pesquisa foi desenvolvida em cinco momentos: apresentação da equipe e da proposta de projeto junto à escola, identificação conjunta dos temas a serem trabalhados na escola, retorno a escola para trabalhar os temas escolhidos pelos alunos, confecção de material educativo sobre o tema elencado, apresentação do material educativo na escola e avaliação quanto a compreensão do material e a adequação ao público. Foram conduzidas quatro intervenções de educação em saúde, com o desenvolvimento de atividades lúdicas, jogos educativos, desenhos, cartazes, roda de conversa e palestras orientativa relacionadas a saúde individual e ambiental.
Resultados e discussão No período de junho de 2023 foram realizadas semanalmente quatro intervenções de educação em saúde, que abordaram os temas elencados pelos próprios alunos da Escola Municipal de Ensino Fundamental São Tomé, na Comunidade Curucuruí, em Santarém-Pará. Os temas desenvolvidos foram as formas de tratamento da água para consumo humano, a lavagem das mãos, os cuidados com o corpo, as mudanças corporais entrelaçadas com a sexualidade. A realização das intervenções de educação em saúde, apoiado na premissa da garantia de uma aprendizagem significativa e transformadora, é um desafio que requer a incorporação de temas transversais, com abordagem interdisciplinar de diversos atores sociais, como a escola, a família e o público a quem se destina, atuando como protagonistas. Foi buscando essa diversidade temática que atravessa a realidade das crianças no espaço escolar dentro dos currículos e fora dele, que abordamos para além de perspectivas biológicas, trazendo concepções que estimulavam a discussão sobre as necessidades individuais e coletivas atuais daquela comunidade. A educação em saúde, faz parte do elenco das ações de promoção da saúde que integra a linha de atenção do cuidado, em todos os níveis de complexidade. Sendo o ambiente escolar, juntamente com o familiar, a base para o desenvolvimento do ato de cuidado individual e coletivo para proteção da saúde na infância.
Conclusões/Considerações finais : A escola se encontra em um espaço privilegiado para a promoção da saúde, uma vez que é no ambiente escolar que ocorre uma ampla interação entre as crianças, através das trocas diárias, podendo ser um local favorável para o enfrentamento das problemáticas de saúde-doença, por meio da educação popular, em que os escolares passam a ser protagonistas do cuidado, incorporando as práticas no cotidiano e compartilhando com outros ambientes e pessoas, como os domicílios e os familiares.
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