47996 - TECNOSOCIALIDADE E TRANSPANDEMIA: LIMITES PARA PROMOÇÃO DA SAÚDE NO QUOTIDIANO DA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE ANGÉLICA DA SILVA - NUPEQUISFAMSC - PEN -UFSC E PMF -SC, ROSANE GONÇALVES NITSCHKE - NUPEQUISFAMSC -- PEN -UFSC, ADRIANA DUTRA THOLL - NUPEQUISFAMSC -- PEN -UFSC, MARIA LÍGIA DOS REIS BELLAGUARDA - NUPEQUISFAMSC -- PEN -UFSC, JULIANA CHAVES COSTA PINOTTI - NUPEQUISFAMSC -- PEN -UFSC, KELLY MACIEL DA SILVA - NUPEQUISFAMSC -- PEN -UFSC
Apresentação/Introdução O quotidiano contemporâneo vem trazendo um cenário de globalização e complexidade, ressaltando a importância de ações de Promoção da Saúde no
contexto da Tecnossocialidade. Ou seja, toda a sociabilização mediada pelas tecnologias, especialmente as redes sociais virtuais. Faz-se necessário considerar como as tecnologias interferem no trabalho, nas organizações, na vida social, política e econômica, ou seja, como impactam os processos da vivência cotidiana humana, especialmente a saúde. No Brasil, a Atenção Primária à Saúde deve ser o primeiro ponto de atenção e principal porta de entrada do Sistema Único de Saúde (SUS) e tem na Estratégia de Saúde da Família um pilar. Foi fundamental na situação emergencial mundial vivenciada com a Pandemia pela Covid-19, cuja repercussão ainda vivenciamos, expressando que estamos em tempos de Transpandemia, trazendo limites ao viver e ao conviver. Os limites envolvem a noção de empenho, superação, de sobrevivência diante de situações difíceis, permitindo compreender o presente, reconsiderando anseios e a relevância do vivido com suas experiências.
Objetivos Compreender Limites para Promoção da Saúde no quotidiano de Tecnosocialidade e Tanspandemia na Atenção Primária em Saúde.
Metodologia Pesquisa Qualitativa, do tipo interpretativa, fundamentada na Sociologia Compreensiva e do Quotidiano, destacando os Pressupostos Teóricos da Sensibilidade: crítica ao dualismo esquemático; forma; sensibilidade relativista; pesquisa estilística; pensamento libertário. O cenário envolveu dezesseis Centros de Saúde em um município do Sul do Brasil. Os participantes foram 19 enfermeiros de equipes de Estratégia em Saúde da Família. Depois da aprovação pelo Comitê de Ética, iniciou-se a Coleta de dados, realizada entre setembro de 2021 a março de 2022, com entrevistas individuais, presenciais e online, seguindo roteiro semiestruturado. Como registros, adotou-se a gravação digital, com transcrição posterior, além do Diário de Campo. A análise dos dados contemplou: pré-análise, exploração do material, tratamento dos resultados obtidos e interpretação.
Resultados e discussão Resultados: Os Limites no quotidiano para a Promoção de Saúde em tempos de Tecnossocialidade e de Transpandemia, envolveram subcategorias como: distanciamento físico entre profissionais e usuários; faltas (de tempo, de espaço físico privativo, de Recursos Humanos, de equipamentos; de habilidade no uso de tecnologias; excessos (de demandas de teleatendimentos; de sobrecarga profissional, especialmente de enfermeiros e médicos); sofrimento e adoecimento da equipe. Discussão: A Tecnosocialidade e a Transpandemia possibilitaram um movimento de ressignificação do trabalho na APS, redirecionando o olhar para os indivíduos, famílias e para o contexto em que estas vivem, interagem e se relacionam. Foi preciso se reinventar e reaprender diante de um cenário desafiador. A Teleconsulta ampliou a oferta dos serviços, aumentando o acesso da população aos serviços, sem deixa-la desassistida durante os períodos de maior isolamento social vivenciado no quotidiano da Pandemia pela Covid-19. Tais transformações levaram a pensar sobre o quotidiano das famílias assistidas, seu contexto social, político, econômico e como elas vivenciam o processo saúde e doença, valorizando o vínculo. Neste sentido, em tempos de Tecnossocialidade, ao colocar o foco na Promoção da Saúde, é preciso considerar estes limites e potencias, incorporando em seu quotidiano práticas de cuidado que envolvam o universo das novas tecnologias que impactam no dia a dia de profissionais e usuários do SUS, como a sobrecarga de trabalho, alertando os gestores para
novas formas de organização dos serviços, considerando gestão do tempo, recursos humanos e infraestrutura adequada, para acolher as demandas de um quotidiano tecnossocial, a fim de
evitar o adoecimento e burnout dos trabalhadores. Para um efetivo Cuidado Promotor da Saúde, torna-se necessário superar as brechas digitais, com a inclusão digital dos usuários, considerando os determinantes sociais e a intersetorialidade, desenvolvendo novos processos de cuidado e novas ferramentas frente à realidade imposta, fortalecendo os profissionais e o SUS.
Conclusões/Considerações finais O quotidiano em tempos de TransPandemia e Tecnosocialidade expos os profissionais a diversos desafios para Promoção da Saúde não só da população, como da própria equipe de saúde da Estratégia da Saúde da Família, levando ao questionamento: Como promover a saúde das pessoas se os profissionais de saúde estão adoecendo? Torna-se necessário redirecionar a rota para superar os limites e envolver potencias no quotidiano da Atenção Primária em Saúde, considerando os impactos Tecnosocialidade e da Transpandemia. É preciso repensar as políticas públicas para uma reorientação do quotidiano dos serviços de saúde para , afetivamente, portanto, efetivamente Promover Saúde.
|