02/11/2023 - 08:30 - 10:00 COC3.2 - Práticas institucionais, identidade e reparação para a formação inclusiva |
46437 - QUEM SOMOS NÓS? ENFERMEIROS PRECEPTORES DA RESIDÊNCIA EM ENFERMAGEM DE FAMÍLIA E COMUNIDADE GABRIELA MOIÇÓ AZEVEDO - SMS-RIO, ÂNDREA CARDOSO DE SOUZA - SMS-RIO, EDINEIA LAZZARI - SMS-RIO, MARIANNE DE LIRA MAIA - SMS-RIO, LETÍCIA VIEIRA LOURENÇO - SMS-RIO, JACQUELINE OLIVEIRA DE CARVALHO - SMS-RIO, MICHELLE ADRIANNE DE JESUS DA COSTA - SMS-RIO, KARINE DETES CANTO - SMS-RIO, TATIANE RIBEIRO ALMEIDA - SMS-RIO
Apresentação/Introdução O cenário da Atenção Primária à Saúde (APS) é considerado a principal porta de entrada da população no Sistema único de Saúde (SUS) devendo ampliar o acesso e se responsabilizar pela longitudinalidade do cuidado. Inserido neste nível de atenção à saúde encontra-se a Estratégia de Saúde da Família que trabalha com a lógica do território e as necessidades de saúde que emergem dos usuários cadastrados promovendo mais qualidade na assistência e consequentemente evitando complicações de causas sensíveis na APS. Dentre os diversos atores que atuam neste campo, o enfermeiro se destaca pela sua atuação dentro da equipe de saúde da família, desenvolve papel importante para a construção e a implementação de um trabalho articulado e de qualidade, já que entre as suas atribuições esse profissional realiza a supervisão da equipe e atua em diversas outros espaços dentro da unidade. Diante da necessidade de qualificação profissional muitos cursos de pós-graduação passaram a ser desenvolvidos, com destaque, neste estudo, para a especialização na modalidade de Residência, que oportuniza ao aluno desenvolver o aprendizado diretamente no serviço aprimorando seu aprendizado técnico-científico vinculado à orientação de um profissional-preceptor que atua na unidade e estará integralmente voltado para o processo ensino-aprendizagem qualificando sua formação em saúde. O papel do preceptor vai sendo elaborado no acontecimento, em ato, no encontro entre o preceptor e o residente, nos processos de trabalho das unidades de saúde. É necessário entender que a preceptoria é uma prática educativa e se constitui como uma atividade que demanda planejamento, competência, criatividade e sensibilidade.
Objetivos O objetivo foi analisar as principais atribuições do preceptor enfermeiro do curso de residência em enfermagem uniprofissional em saúde da família, coordenado pelo Programa de Residência em Enfermagem de Família e Comunidade, vinculado à Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro, conhecendo sobre o que pensam e identificando suas habilidades e competências.
Metodologia A metodologia utilizada foi um estudo qualitativo, do tipo pesquisa de campo. A pesquisa foi realizada no segundo semestre de 2019 nas clínicas da família que contavam com a atuação do curso de residência, adstritas à área de planejamento 3.1, no município do Rio de Janeiro. A coleta de dados se deu através de entrevista semiestruturada aplicada de forma presencial aos nove participantes, que responderam a algumas questões norteadoras, abertas, relacionadas com a sua prática. O critério de inclusão adotado foi de estarem atuando nesta função por no mínimo um ano. Os dados da pesquisa foram tratados por meio da análise de conteúdo do tipo análise temática. Esta pesquisa foi submetida e aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos do Hospital Federal Antônio Pedro, da Universidade Federal Fluminense, assim como também teve aprovação do CEP da Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro.
Resultados e discussão Os resultados encontrados apontam que o perfil dos participantes foram adultos jovens com faixa etária entre 25 e 30 anos, a maior parte do sexo feminino, todos com especialização latu sensu na área de saúde da família e cinco deles já possuíam o título de mestres. A média de tempo de experiência na área encontrada foi de 4 a 6 anos e o tempo médio exercendo a função de preceptor foi de 2 anos e meio. Os entrevistados consideram que as principais competências orientadoras da prática assistencial da preceptoria são: vigilância, criticidade, qualificação, visão do macro, integralidade, valorização, responsabilidade, ser exemplo, formação. O profissional que ocupa esta função vai construindo o seu processo de trabalho com base no seu conhecimento prévio e nas suas experiências anteriormente vivenciadas e, a partir de então, vai desenvolvendo habilidades e competências na relação com o residente em campo que o transformam em um educador. Podemos entender este ator ainda em definição, atuando na interlocução entre um gestor acadêmico e um gestor do cuidado, ocupando desta forma um papel que pode ser considerado híbrido.
Conclusões/Considerações finais Finalizou-se concluindo que a residência constitui-se uma modalidade em serviço, que valoriza a construção do conhecimento a partir dos encontros que acontecem dos preceptores com residentes e destes com os demais profissionais, usuários, familiares, território, serviços. A função de preceptoria está atrelada principalmente ao de educador, de facilitador e de mediador, sendo que os enfermeiros que atuam como preceptores foram aprendendo modos de saber e fazer a preceptoria no cotidiano, visto que essa temática não é contemplada no currículo das universidades, assim como não consiste em uma área de especialização do ensino na saúde e é preciso investir mais na formação de preceptores para atuarem dentro de tal função, produzindo assim profissionais da saúde mais qualificados que possam contribuir na formação de pares para o trabalho no e para o SUS.
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