02/11/2023 - 08:30 - 10:00 COC4.1 - Estigma, discriminação e modos de cuidar em saúde mental. |
45938 - FAMÍLIA, TERRITÓRIO E ITINERÂNCIA: UM OLHAR PARA A SAÚDE MENTAL JACIELE DE SOUZA DOS SANTOS - UNIVERSIDADE ESTADUAL DE FEIRA DE SANTANA, MARCOS PAULO DE OLIVEIRA LOPES - SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE RIACHÃO DE JACUÍPE-BA/UNIVERSIDADE ESTADUAL DE FEIRA DE SANTANA, GREICE KELY OLIVEIRA DE SOUZA - UNIVERSIDADE ESTADUAL DE FEIRA DE SANTANA, RENATA OLIVEIRA DA SILVA LIMA - SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE DE SERRINHA-BA/UNIVERSIDADE ESTADUAL DE FEIRA DE SANTANA, LAYLA KELLY CONCEIÇÃO DE SILVA - SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE DE ALAGOINHAS-BA/UNIVERSIDADE ESTADUAL DE FEIRA DE SANTANA, SINARA DE LIMA SOUZA - UNIVERSIDADE ESTADUAL DE FEIRA DE SANTANA, ROSELY CABRAL DE CARVALHO - UNIVERSIDADE ESTADUAL DE FEIRA DE SANTANA
Apresentação/Introdução A história da loucura é marcada por uma diversidade de olhares nas variadas sociedades e em diferentes momentos. A Reforma Psiquiátrica, movimento iniciado anos 70, e a criação da Política Nacional de Saúde Mental nasceram de um conjunto de lutas nos campos profissional, social e político, possibilitando garantias de direitos e novas estratégias de cuidados em saúde mental. A itinerância do cuidado se apresenta neste estudo, por intermédio do Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) I.
Objetivos Compreender a concepção da itinerância de um CAPS I, sob a ótica de familiares, sua repercussão no território e as estratégias para a desconstrução de estigmas adotados na prestação de cuidados e na valorização do usuário.
Metodologia Estudo de caso do tipo etnográfico realizado pela equipe do CAPS I, especificamente em 3 distritos rurais em decorrência da demanda de usuários oriundas desse cenário, encontradas a partir de uma análise documental de registros de atendimento A intervenção ocorreu com a inserção da Equipe de Saúde Mental do CAPS, de forma itinerante, nas Unidades de Saúde da Atenção Básica dos Distritos e Povoados do Município de Riachão do Jacuípe, realizando ações pertinentes a essa clínica psicossocial.
Resultados e discussão Na itinerância, o cuidado em saúde mental acontece no território, compreendida como uma facilidade para os usuários do serviço e familiares, que os acompanham nesse processo, evitando custos, desgastes de locomoção e possibilitando uma ação direta nos territórios existenciais. Essas ações e estratégias possibilitam um olhar singular e maior alcance territorial atendendo aos usuários com dificuldade de vinculação e adesão aos equipamentos tradicionais de atenção. Ademais promove a interação entre famílias e comunidade, permitindo-os participar no processo de cuidar, assim como assegura a implementação das ações preconizadas na Política Nacional de Saúde Mental. Entre os elementos facilitadores da ação no território destacam-se os diferentes olhares sobre o cuidado, o protagonismo da equipe multiprofissional e famílias, o respeito e a responsabilidade dos trabalhadores como a efetivação das ações itinerantes e a boa relação com as equipes das Estratégias de Saúde da Família, efetivando a ação do cuidado em rede. Outro elemento é a iniciativa inovadora da melhoria do acesso ao cuidado de saúde mental para populações mais vulneráveis, desafio empreendido na complexidade dos territórios existenciais dos usuários e nas tecnologias de trabalho itinerante. Elementos dificultadores também surgem na concretização da ação itinerante do CAPS I estudado, elementos relacionados à estrutura do serviço, não disponibilidade de recursos materiais e físicos, além dos vínculos de trabalho frágeis, através de contratos curtos sem adicionais como insalubridade e diária por deslocamento entre outros.
Conclusões/Considerações finais A itinerância no CAPS é uma proposta inovadora e uma tecnologia social que permite a humanização e a efetivação do cuidado em saúde mental proposto pela Reforma Psiquiátrica, possibilitando a proximidade da equipe com os territórios existenciais dos usuários e famílias, permitindo desconstruir os estigmas presentes nos profissionais e na sociedade, promovendo a valorização da pessoa que vive em sofrimento mental e seus modos de convivência.
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