02/11/2023 - 08:30 - 10:00 COC5.1 - Gênero e sexualidades: marcadores sociais e cuidado em saúde |
45950 - ADOLESCENTES GAYS, BISSEXUAIS E OUTROS HOMENS QUE FAZEM SEXO COM HOMENS: CONTINUUM DE CUIDADO DE PREP E INTERSECCIONALIDADE EDUARDO ARAÚJO DE OLIVEIRA - USP, LORRUAN ALVES DOS SANTOS - USP, ELIANA MIURA ZUCCHI - UNISANTOS, PAULA MASSA - USP, ALEXANDRE GRANGEIRO - USP, MARCIA THEREZA COUTO - USP
Apresentação/Introdução A Profilaxia Pré-Exposição ao HIV (PrEP) vem ganhando notoriedade na mitigação dos novos casos de HIV, não obstante a incidência de HIV tem crescido entre jovens e adolescentes de minorias sexuais e de gênero. Observa-se o aumento de trabalhos sobre a experiência de uso de PrEP entre adolescentes gays, bissexuais e outros HSH (aGBHSH), mas são escassos os estudos qualitativos que articulam as percepções e experiências relacionadas ao continuum do cuidado de PrEP (CCPrEP) na perspectiva de aGBHSH e de profissionais de saúde.
Objetivos Compreender como as opressões sociais (racismo, homofobia, classismo) afetam o CCPrEP de adolescentes gays, bissexuais e outros HSH (aGBHSH) e como os profissionais de saúde manejam esses fenômenos no cotidiano assistencial.
Metodologia Recorte de estudo exploratório qualitativo multicêntrico que investiga as trajetórias e processos de vinculação ao cuidado de IST/HIV entre adolescentes de minorias sexuais. Neste estudo, analisamos as entrevistas semiestruturadas de 16 aGBHSH de 15 a 19 anos e 08 profissionais de saúde do município de São Paulo. Na análise e interpretação adotou-se uma categorização temática interseccional.
Resultados e discussão A intersecção entre a cor da pele e a classe social afeta negativamente aGBHSH negros e pobres a adquirirem informações sobre a profilaxia em aplicativos de relacionamento, diferentemente de aGBHSH brancos que conheceram em ambiente universitário ou serviço de saúde. A articulação entre a homofobia e o racismo opera dificultando o acesso a serviços de saúde e negando direitos das populações socialmente marginalizadas. Os profissionais de saúde, em sua maioria, enxergam as opressões e as suas consequências no CCPrEP e conferem protagonismo ao racismo, mas pouco articulam os diferentes marcadores sociais que potencializam diferentes e múltiplas barreiras para o CCPrEP.
Conclusões/Considerações finais As etapas do CCPrEP mais afetadas pelas opressões sociais são o conhecimento e o acesso à PrEP. No que tange às experiências narradas pelos aGBHSH, observa-se que a aquisição do conhecimento foi afetada pelo racismo, embora outros marcadores como classe e deficiência tenham emergido e dado sentindo a consubstancialidade das barreiras ao acesso e cuidado à saúde sexual e prevenção do HIV. Nos relatos dos profissionais de saúde são elencadas dificuldades e sensibilidades necessárias para a atuação ancorada em princípios que assegurem o direito à saúde e a não discriminação.
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