02/11/2023 - 08:30 - 10:00 COC8.1 - Cuidado, trabalho, diferenças e intersecções em perspectiva |
47262 - FORÇA DE TRABALHO EM REABILITAÇÃO NO BRASIL: O CENÁRIO ESPERADO PARA 2030! JULIANA LEME GOMES - USP, DEBORA BERNARDO - USP, MARIANA FAGUNDES CINTI - USP, CAIO FEBRONIO RODRIGUES - USP, DAFNE COELHO SANTANA - USP, MAIARA BORGES ANDRADE - USP, ANA CAROLINA BASSO SCHMITT - USP
Apresentação/Introdução O cuidado à saúde das pessoas com deficiência historicamente esteve a cargo de instituições filantrópicas, tendo apresentado um crescimento no sistema público nas últimas décadas, sobretudo após a implantação da Rede de Cuidado à Saúde das Pessoas com Deficiência em 2012 em destaque para assistência especializada em reabilitação. Os dados expressivos relativos à quantidade de pessoas com deficiência no Brasil evidenciam a necessidade de discussão acerca da organização da força de trabalho ofertada para assistência de saúde a esta população, visto que este tema por muitos anos não foi tratado como prioridade. A hipótese é que há um vazio assistencial para a responder às necessidades de saúde das pessoas com deficiência, e apontar cenários futuros acerca da força de trabalho para o cuidado à saúde no Brasil, pode contribuir para a organização do sistema de saúde e o planejamento de ações a fim de atender às reais necessidades de saúde desta população. A reabilitação vem sendo foco internacional de atenção nas últimas décadas e a Organização Mundial da Saúde chama os países para ações voltadas para o tema até 2030. Investir no setor de força de trabalho fortalece o sistema de saúde e contribui para o crescimento econômico do país.
Objetivos Analisar a tendência de evolução da densidade da força de trabalho em reabilitação no Brasil e projetar o cenário esperado para 2030.
Metodologia Foram analisadas a força de trabalho de fisioterapeutas, fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais e psicólogos vinculados à serviços especializados que oferecem assistência de reabilitação pelo Sistema Único de Saúde (dados coletados pelo Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde - CNES) de janeiro de 2010 a dezembro de 2022 e realizado previsão até janeiro de 2030. A densidade da força de trabalho em reabilitação foi calculada a partir da soma do número de carga horária trabalhada na semana dividido por 40 horas semanais para cada ano estudado e posteriormente calculado por 10.000 habitantes. Foi realizada a projeção das taxas de profissionais segmentada por grupos de profissionais para atenção especializada no Brasil, até 2030 por meio de Modelos Auto-Regressivos Integrados de Médias Móveis (ARIMA). Essa é uma técnica estatística comumente utilizada na área de séries temporais que constrói modelos paramétricos baseados em combinações lineares das observações e ruídos em tempos passados. Desta maneira, para a estimação de previsões recorre-se a equação do modelo obtida pelo ARIMA.
Resultados e discussão Observou-se uma tendência de crescimento da taxa da força de trabalho para todos os grupos de profissionais analisados. A taxa de fisioterapeutas foi a maior, passando de 1,03, em janeiro de 2010, para 2,79, em dezembro de 2022, chegando a 3,33 (IC95% 2,03 - 4,64) em janeiro de 2030. A taxa de psicólogos subiu de 0,88, em janeiro de 2010, para 1,76, em dezembro de 2022, com previsão de chegar a 2,42 (IC95% 1,78 - 3,06) em 2030. As taxas de fonoaudiólogos e terapeutas ocupacionais são mais discretas. Para fonoaudiólogos a taxa cresceu de 0,35 em 2010, para 0,63, no final de 2022, chegando a 1,08 (IC95% 0,83 - 1,33) em janeiro de 2030. Já para os terapeutas ocupacionais passou de 0,24, em janeiro de 2010, para 0,33, em dezembro de 2022, chegando a 0,36 (IC95% 0,29 - 0,43) em janeiro de 2030.
Conclusões/Considerações finais Há previsão de crescimento da densidade de força de trabalho em reabilitação na atenção especializada no Sistema Único de Saúde até o ano de 2030, minimizando o vazio assistencial no futuro.
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