02/11/2023 - 08:30 - 10:00 COC9.1 - Racismo, formação e saúde I |
47199 - A IMPORT NCIA DA DISCUSSÃO SOBRE A DECOLONIALIDADE E O ANTIRRACISMO NAS INSTITUIÇÕES ACADÊMICAS MAYANA SANTOS SILVA EVANGELISTA - INSTITUTO DE SAÚDE COLETIVA (ISC/UFBA), EVERLY CAROLINE DA CRUZ TEIXEIRA - INSTITUTO DE SAÚDE COLETIVA (ISC/UFBA), IDÁLIA OLIVEIRA DOS SANTOS - INSTITUTO DE SAÚDE COLETIVA (ISC/UFBA)/CIDACS, IGOR MYRON RIBEIRO NASCIMENTO - INSTITUTO DE SAÚDE COLETIVA (ISC/UFBA), ÍTALO MATEUS MATTOS DOS SANTOS - ³ UNIVERSIDADE SALVADOR (UNIFACS), SALVADOR, BAHIA, BRASIL, TIAGO PRATES LARA - INSTITUTO DE SAÚDE COLETIVA (ISC/UFBA), TOMÉ CAPETA SOLUNDO - INSTITUTO DE SAÚDE COLETIVA (ISC/UFBA), GABRIEL DIONÍZIO BATISTA LIMA - INSTITUTO MULTIDISCIPLINAR DE REABILITAÇÃO EM SAÚDE (IMRS/UFBA)
Apresentação/Introdução Raça é um construto social baseado em uma concepção biológica, já refutada, de superioridade de um grupo populacional frente a outro, cujo objetivo é a construção, manutenção e reprodução de privilégios. Ao falar de decolonialidade, vem à tona a lógica da desconstrução da lógica de um mundo único inalterável por está posto, indo na contramão da modernidade capitalista com a luta pela justiça social, opondo-se à estrutura de poder pautado no colonialismo. Como abordagem crítica, essa perspectiva se opõe à estrutura de poder que está pautada a partir do colonialismo, ao valorizar também os saberes construídos pela população que são postas à margem da sociedade. Enquanto ente político, luta pela libertação dos povos minorizados, além de reconhecer sua autenticidade cultural, economia, política e ideologia. Dessa forma, no cerne da discussão do tema decolonialidade está a desigualdade sociorracial. De tal modo, a educação antirracista é o conjunto de práticas e ações com o intuito de combater o racismo dentro das instituições acadêmicas, um elemento crucial para romper com as dinâmicas racistas desses ambientes.
Objetivos Propor uma reflexão crítica a cerca da decolonialidade e da construção de uma academia antirracista.
Metodologia Trata-se de uma revisão de literatura, com abordagem qualitativa, na base de dados científica, com acesso gratuito, Scielo, buscando pelos descritores: antirracismo, educação e decolonialidade.
Resultados e discussão A academia é um universo criado pela branquitude, é tida como um espaço soberano de poder/ser/saber. O racismo pode ser de cunho individual, aberto, passível de repreensão judicial, aquele que acontece de grupos não racializados (brancos) individuais para racializados (não brancos) individuais ou de não racializados para o coletivo racializados; ou de cunho instituicional, aquele que ocorre sutilmente, dificil de ser identificado, que está velado na estrutura organizacional da instituição, porém o negro identifica-o facilmente. O Brasil é um país que foi constituído por meio do racismo, hoje compreendido como estrutural. A discriminação racial está baseada no poder e é uma expressão que tende a ser naturalizada em nossa sociedade. A sociedade está imersa na estrutura do colonialismo que conforma o nosso país, os padrões estéticos e a cultura, cooptada pela branquitude. Por isso, é preciso desconstruir os estereótipos e imaginário social, formar e informar aos profissionais à necessidade da educação antirracista para assim reconstruímos um nação e sociedade menos desigual. A biopolítica é a força que regula grandes populações enquanto o biopoder é o controle dos seres humanos por meio das técnicas, conhecimentos e instituições através de tecnologias de poder, como o sistema adotado na academia. A necropolítica surge para deslocar a centralidade das noções de biopoder e biopolítica das análises europeias para as questões raciais contemporâneas.
Conclusões/Considerações finais Entender o racismo como estruturante e estrutural é entender que ele advém de um processo histórico. Para discutirmos antirracismo é preciso entendermos que é uma área inesgotável. A academia não é um espaço neutro, é o local de exercício do biopoder, é é um espaço branco onde os brancos têm o privilégio da fala. Enquanto existir racismo teremos de lutar contra ele, e fortalecer o ambiente acadêmico a ser, e desenvolver atividades antirracistas. É necessário assumirmos posições mais ativas em face a branquitude crítica. A discriminação racial está fortemente fincada na nossa sociedade, e retrato recente disto foi a pandemia de Covid-19, estudos apontam que no Brasil ocorreram, aproximadamente, 600 mil óbitos, em sua maioria pessoas não racializadas, de baixa renda e em situação de vulnerabilidade. Ainda há uma dificuldade de transpor a discussão sobre as desigualdades sociais e o antirracismo para o campo educacional. A educação permanente é necessária para atualização dos profissionais sobre o que se tem discutido no campo acadêmico e reforçarmos a importância do seu papel e de suas ações antirracistas dentro dos serviços.
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