Comunicação Oral

02/11/2023 - 13:10 - 14:40
CO15.6 - Pesquisas, políticas e práticas

47577 - PROGRAMA GERAÇÃO CONSCIENTE: O CUIDADO TRANSFORMA
MARIA LETÍCIA RODRIGUES IKEDA - SECRETARIA ESTADUAL DE SAÚDE DO RIO GRANDE DO SUL, ANA LUCIA PECIS BAGGIO - SECRETARIA ESTADUAL DE SAÚDE DO RIO GRANDE DO SUL, FERNANDA TORRES DE CARVALHO - SECRETARIA ESTADUAL DE SAÚDE DO RIO GRANDE DO SUL, BRUNA SARAIVA SANTOS - SECRETARIA ESTADUAL DE SAÚDE DO RIO GRANDE DO SUL, ADRIANO HENRIQUE CAETANO COSTA - SECRETARIA ESTADUAL DE SAÚDE DO RIO GRANDE DO SUL, DEISE DA SILVA LENTZ - SECRETARIA ESTADUAL DE SAÚDE DO RIO GRANDE DO SUL, RAPHAELA EIFLER - SECRETARIA ESTADUAL DE SAÚDE DO RIO GRANDE DO SUL, MARIA DO CARMO ALMEIDA DA SILVA - SECRETARIA ESTADUAL DE SAÚDE DO RIO GRANDE DO SUL


Contextualização
O surgimento da aids e o aumento da incidência da infecção pelo HIV continuam como um dos grandes desafios da saúde global. no Brasil a AIDS se caracteriza como uma epidemia concentrada em populações-chave, com 50% dos casos notificados de aids entre homens que fazem sexo com homens (HSH), profissionais do sexo (PS), usuários de álcool e outras drogas e população prisional. diferente do país, o Rio Grande do Sul apresenta um padrão de epidemia generalizado com uma prevalência acima de 1% na população geral.
Ao comparar taxas de detecção de casos de aids nos últimos 10 anos, observa-se uma redução em quase todas as idades no rio grande do sul (RS). Entretanto, chama a atenção o aumento entre jovens, entende-se que essas infecções ocorreram anos antes, provavelmente coincidindo com o início da vida sexual, fase em que a maioria encontra-se no ambiente escolar.


Descrição
Considerando a necessidade de resposta urgente a este crescimento, mediante ações inovadoras, fortalecimento de redes e de atores sociais o estado propõem ações transversais desenvolvidas e articuladas de educação em saúde com foco nos municípios com alta incidência de HIV/AIDS, gravidez na adolescência, sífilis e violência, direcionadas a jovens escolarizados. O programa também visa o processo de implantação e implementação de estratégias de prevenção combinada nos municípios prioritários, ampliando o olhar à população jovem.


Período de Realização
Desse modo, a partir de 2021, o governo estadual do RS, através das Secretarias de Saúde, Educação e Segurança (Programa RS SEGURO), em parceria com UNESCO e UNAIDS, lançaram o programa “Tecnologias Sociais Inovadoras de Educação e Saúde para Prevenção das IST’s, HIV/ AIDS no Rio Grande do Sul”. Este programa proporciona espaços de reflexão e discussão fomentando entre os adolescentes o cuidado com a sua saúde e com a do outro, entre estudantes do 8° e 9° ano do ensino fundamental e 1° ano do ensino médio da rede pública de educação.

Objetivos
O objetivo do programa é prevenir IST’s e HIV através da promoção da saúde integral dos adolescentes, do protagonismo juvenil e da discussão dos temas transversais que impactam no cuidado em saúde e, portanto, vulnerabilizam os jovens às infecções de transmissão sexual.
Trata-se de um jogo cultural e educativo entre as escolas do RS, desenvolvido durante o ano letivo, iniciando pela formação dos professores que desenvolvem as metodologias com os alunos, cada temática soma pontos e as melhores escolas vão para o arena geração, momento final do programa realizado através de um programa de auditório.
As temáticas trabalhadas com os adolescentes são: identidade, gênero e sexualidade, na qual discute o processo de construção de identidade observando a história de vida e a inserção dos sujeitos no coletivo, contemplando os desafios de viver a adolescência com o atravessamento da contemporaneidade e da compreensão da construção social do sexo e dos gêneros, e, ainda desenvolve consciência crítica sobre os papéis de gênero, desigualdade de gênero e informa sobre diversidade sexual; saúde sexual e reprodutiva trabalha na perspectiva de saúde e reflexões sobre autocuidado na vivência da sexualidade, gravidez, HIV e outras IST’s e assim abre o diálogo para pensar em práticas com perspectiva de gerenciamento de riscos; além disso, o programa visa abarcar temáticas transversais à faixa etária, como estigma, discriminação e violência, uso abusivo de álcool e outras drogas, emoções e sentimentos e planejamento de vida, pelo eixo de intervenção intitulado “sonhando alto”.


Resultados
A articulação entre saúde e escola nos territórios possibilitou a procura e o acesso dos adolescentes e jovens ao serviços de saúde, contribuindo com a promoção da saúde e do cuidado. assim, como a integração entre saúde-educação-segurança, para que os estudantes conheçam a rede e saibam quais canais acessar. é importante que os (as) adolescentes tenham espaços para criação coletiva e discussão sobre assuntos importantes que os acompanharão para o resto de suas vidas.

Aprendizados
Neste primeiro ano foram acessados diretamente 16.000 adolescentes, 748 professores, totalizando 187 escolas envolvidas no programa. Através das mídias sociais do projeto ocorreram 1.315 mil acessos. Foi possível observar um aumento do acesso dos jovens aos serviços de saúde e mudanças de comportamento entre os profissionais de saúde e educação em relação às temáticas trabalhadas.

Análise Crítica
No entanto, há necessidade de superar-se desafios relacionados a questões arraigadas em nossos serviços de saúde e educação onde prevalece o modelo biomédico assistencialista, uma cultura heteronormativa, o racismo estrutural e as desigualdades particularmente de gênero.