02/11/2023 - 13:10 - 14:40 CO15.6 - Pesquisas, políticas e práticas |
47752 - POPULAÇÃO LGBTQIA+: PERCEPÇÕES DE PROFISSIONAIS DE SAÚDE SOBRE A POLÍTICA NACIONAL DE SAÚDE LGBTQIA+ PALOMA ROBERTA DINIZ - UFRN, JORGE FERNANDES SOARES - UNOESC, JULIANA ROMANO DE LIMA - UERJ, SIRLEI FAVERO CETOLIN - UNOESC, JOSÉ JAILSON DE ALMEIDA JÚNIOR - UFRN
Apresentação/Introdução Identidade de gênero Refere-se à profunda experiência interna e individual do gênero de cada indivíduo, que pode ou não corresponder ao sexo atribuído no nascimento, dessa forma, a população LGBTQIA+ é composta pela diversidade e liberdade de escolhas, para tanto, essa temática surge em constante repercussão, principalmente nas questões envolvendo reivindicações de direitos sociais a esse público o que dificulta o acesso aos serviços de saúde. A falta de preparo dos profissionais, nesse contexto, sobressai como importante determinante nas iniquidades em saúde e na vulnerabilidade desse grupo.
Objetivos Analisar a percepção dos profissionais atuantes na Atenção Primária à Saúde sobre as abordagens da saúde da população LGBTQIA+ em municípios da Região do Grande Oeste de Santa Catarina.
Metodologia Trata-se de um estudo descritivo, com abordagem qualitativa, realizado nas Unidades Básicas de Saúde, localizadas na Região de Saúde do Grande Oeste do Estado de Santa Catarina, Brasil. Participaram do estudo 44 profissionais da Atenção primária à Saúde, dentre os quais, 30 enfermeiros, 6 psicólogos, 2 fisioterapeutas, 1 dentista, 1 assistente social, 1 nutricionista e 3 não preencheram a profissão. Adotaram-se como critérios de inclusão os participantes da pesquisa que aceitaram ser entrevistados e assinaram o termo de consentimento livre e esclarecido, além de atuarem na Atenção Básica dos municípios regionais. Os dados foram coletados, por meio de entrevista individual, guiada por roteiro semiestruturado com perguntas abertas e fechadas, entre os meses de agosto e novembro de 2018, sendo realizado em espaço concedido para explanação do instrumento e de acordo com a disponibilidade dos profissionais. O material coletado foi analisado e organizado conforme a análise de conteúdo de MINAYO (2014), em três etapas: 1) pré-análise, mediante leitura exaustiva das falas com o objetivo de conhecer, compreender e interpretar seu conteúdo; 2) exploração do material, com a busca pelas unidades de registro e em seguida as unidades de significado; 3) tratamento dos resultados, etapa de identificação das categorias mais relevantes em relação ao objeto de estudo. A pesquisa respeitou todos os preceitos éticos previstos na Resolução 466/2012 do Conselho Nacional de Saúde, e só foi iniciada após aprovação do Comitê de Ética e Pesquisa com o número do parecer nº 2608336.
Resultados e discussão Observa-se no estudo um total de 44 profissionais de saúde, sendo maioria do sexo feminino com 90,3% e 9,7% do sexo masculino entre as faixa etária de 26 a 40 anos de idade. A partir das respostas obtidas dos participantes do estudo, foram realizadas uma subdivisão em categorias e subcategorias do material recolhido das entrevistas, nos quais foram classificados em forma de 3 sessões, sendo trabalhado apenas a categoria da sessão 1 sobre as questões relacionadas à Política Pública de Saúde LGBTQIA+.. Nesse contexto, foram realizados levantamentos referentes à existência ou não, de uma política pública de saúde, direcionada ao público LGBTQIA+, de forma específica em seu município, a começar pelas respostas dos participantes, apresentou-se um percentual de 88,6% que responderam “não’’ e uma parcela de 11,4% responderam “sim”, evidenciando fragilidades sobre às ações específicas de saúde a esse público na Atenção Primária à Saúde. A implementação da Política Nacional de Saúde Integral LGBTQIA+, reforça a necessidade de promover o acesso à saúde integral, respeitando a identidade de gênero, a orientação sexual e contribuindo para a redução da desigualdade nos serviços de saúde, uma vez que, percebe-se um despreparo desses profissionais na abordagem dessa população que busca cuidado, além da não compreensão a adequação de gênero com o sexo biológico, acaba dificultando o reconhecimento da temática, o acesso e a adesão desse público aos serviços. Entende-se a necessidade de reorientação institucional da APS como forma de impor desafios à efetivação do direito à saúde da população LGBTQIA +, assim como conhecer as principais demandas desse público na perspectiva de proporcionar uma assistência mais inclusiva na prática do cuidado.
Conclusões/Considerações finais O estudo permitiu compreender diferentes olhares acerca da implementação da Política Nacional de Saúde LGBTQIA + na APS, e para isso é interessante ressaltar a importância da visibilidade dessa população na efetivação das políticas públicas de saúde. Através dos resultados é possível identificar fragilidades na ampliação de estudos científicos, sobretudo da atuação interdisciplinar na Saúde Pública, evidenciando-se barreiras na prática do cuidado e reforçando a necessidade de educação em saúde nas instituições de ensino acerca da temática, como também entender as questões sociais desses grupos, possibilitando uma maior visibilidade e preocupação com a prevenção de agravos.
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