02/11/2023 - 13:10 - 14:40 CO16.5 - Populações LGBTQIA+ e cuidados em saúde |
47665 - NEGROS, HOMENS TRANSEXUAIS: UM OLHAR AOS INVISIBILIZADOS AIARLEN DOS SANTOS MENESES - UERJ/UFRJ/UFF/FIOCRUZ, CRISTIANE MARIA AMORIM COSTA - UERJ
Apresentação/Introdução Compreender o conceito de transexualidade é de suma importância, pois é utilizado para definir pessoas que apresentam discordância em relação ao gênero atribuído ao nascimento em função do sexo biológico, e que diante dessa razão enfrentam a marginalização por não se enquadrarem no sistema normativo de gênero (BRASIL, 2015; BENTO, 2008) O interesse das ciências mencionadas pelo gênero masculino emergiu a partir da década de 60, quase como um diagnóstico por exclusão, impulsionado pelos estudos feministas e movimentos homossexuais da época, a análise da Transmasculidade será sob à luz de dois marcadores sociais: Raça/Cor e Transexualidade.
Objetivos Tem como objetivo analisar e discutir as produções científicas dos homens transexais negros nos úlitmos dez anos.
Metodologia
O presente estudo trata-se de uma revisão integrativa da literatura, que por sua vez é descritiva e qualitativa. De acordo com Soares (2014), pesquisas desse tipo são definidas como método que permite analisar as informações de um determinado assunto por meio da síntese dos resultados de estudos com dados originais. O presente estudo foi realizado no período entre janeiro à fevereiro de 2023. A busca dos dados foi realizada nas seguintes bases de dados: Scientific Electronic Library Online (SciELO), Publicações Médicas (PubMed), Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), Portal Brasileiro de Publicações e Dados Científicos de Acesso Aberto (OASISBR), Web of Science – Periódico CAPES, SCOPUS (Elsevier), Biblioteca Digirtal Brasileira de Teses e Dissertações (BDTD). As palavras utilizadas para a estratégia de busca foram estabelecidas a partir de consulta nos Descritores em Ciências da Saúde (DeCS). A estratégia de busca incluiu descritores em Português e Inglês: (“Transexualidade” OR “Pessoas transgênero” OR “Homens transexuais” OR “Homem transexual”) AND (“Serviços de Saúde para Pessoas Transgênero” OR “Iniquidades em saúde” OR “Vulnerabilidade em saúde” OR “Barreiras ao Acesso aos Cuidados de Saúde”). (Homens transgênero) AND (Serviços de saúde). ("Homens trans") AND ("Vulnerabilidade em saúde” OR “Barreiras ao Acesso aos Cuidados de Saúde").Os critérios de inclusão foram: artigos nacionais e internacionais; disponíveis na íntegra; que abordassem os descritores e temática delimitados na pesquisa; publicados no período entre 2013 a 2023 no idioma inglês, português e espanhol; artigos que contemplassem os objetivos do estudo. Quanto aos critérios de exclusão, foram estabelecidos: cartas ao editor; resumos de congresso; revisões sistemáticas e metanálises; artigos incompletos; e artigos que não contemplem os objetivos do estudo e não descrevessem separadamente sobre àquelas que utilizam a simulação como estratégia
Resultados e discussão No presente estudo não foram identificados estudos que discorram a respeito de homens transexuais negros nos últimos 10 anos, mesmo esses estudos sendo pesquisados em bases de dados pertinentes, que englobam uma ampla diversidade de assuntos e temas de pesquisas realizadas no Brasil e internacionalmente. Diante desses resultados, acredita-se que a invisibilidade e o racismo na população interferem na produção científica de artigos que abordem discussões envolvendo homens transexuais negros. Segundo Diniz & Marra (2018), a naturalização de padrões hegemônicos estimula a violência simbólica na sociedade, principalmente quando o assunto é a invisibilidade, que também sustenta a exclusão dos minorizados. Siqueir (2021), diz que é possível evidenciar que a intersecção de opressões de raça, gênero, orientação sexual e classe social influenciam diretamente na vulnerabilidade individual, refletindo negativamente em aspectos físicos e psicológicos. De acordo com Fraga (2020), diz que antes mesmo de vir à tona a questão transexual no atendimento, a característica fenotípica de serem negros impactam negativamente e para um corpo preto surge uma série de preconceitos quando a sociedade realiza a leitura de como o corpo preto feminino se depara com o racismo que objetifica e essa leitura como corpo preto masculino passa a ser visto como perigoso e violento.
Conclusões/Considerações finais Observa-se a escassez de trabalhos que abordem essa temática, demonstrando como a população dos homens trans negros passam pelo processo de invisibilização e minorização de uma sociedade hegemônica e patriarcal, que compactua com o racismo estrutural e institucional. Dentre essas questões, geram outras situações, como, falta de acessibilidade à saúde, educação, aumento da violência entre a população e ausência de discussão nos meios acadêmicos. Esse fomento no meio acadêmico possibilitaria formar profissionais com um olhar holístico, conhecendo as demandas da população, livres de transfobia e racismo.
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