46519 - O USO DO GOOGLE MY MAPS PARA O MAPEAMENTO DO TERRITÓRIO ADSCRITO A UMA UNIDADE DE SAÚDE DA FAMÍLIA : UM RELATO DE EXPERIÊNCIA. ERIK DE OLIVEIRA TAVARES - UPE, ABLA VITÓRYA NEJAIM TENÓRIO XAVIER - UPE, LAYS STHEFANY SIQUEIRA DA COSTA - UPE, RUAN NG PORTELA - UPE, SABRINA PRISCILA DE SOUZA XAVIER - UPE, TATIANY CÍNTIA DA SILVA BRITO - UPE, WILLIAM ROBERTO PEREIRA BARBOSA - UPE, ALEXANDRE BARBOSA BELTRÃO - UPE, RENATA ALVES GOMES VILLANI - UPE
Contextualização O Sistema Único de Saúde (SUS) estabelece a territorialização como a organização da atenção à saúde para dada população adscrita, nos seus contextos sociais, econômicos e culturais. Assim, a formação em saúde envolve a compreensão da complexidade de fatores para o diagnóstico situacional de uma localidade. A lógica da Atenção Primária à Saúde (APS) incorpora ao local as Unidades de Saúde da Família (USF), com equipes de profissionais que devem compreender tais contextos e intervir com ações de em promoção, prevenção, recuperação e reabilitação.
Os alunos do primeiro período do Curso de Medicina da Universidade de Pernambuco (UPE) analisaram a realidade territorial da comunidade assistida pela USF Antônio Francisco Areias, bairro de Campo Grande, Recife -PE.
Descrição A experiência das práticas do Módulo APS I, para o reconhecimento e mapeamento do território de uma USF. Os discentes utilizaram a ferramenta digital Google My Maps, que possibilitou a criação de mapas mais precisos e dinâmicos, com a contextualização e integração das representações territoriais, no atual cenário de progressiva digitalização das informações na atenção básica, produzindo uma alternativa inovadora ao mapeamento de microáreas e entendimento socioespacial das comunidades assistidas. Foram coletados dados sobre a infraestrutura urbana e situação socioambientais.
Período de Realização A experiência foi realizada entre fevereiro e abril de 2023, com etapas que envolveram visitas domiciliares e Mapeamento dos territórios, em parceria com os Agentes Comunitários de Saúde (ACS’s) e Agentes de Saúde Ambiental e Combate às Endemias (ASACE’s) vinculados ao micro e macro contextos da USF.
Objetivos Reconhecer e mapear um território adscrito a uma USF, por meio da aplicação de uma ferramenta tecnológica acessível e gratuita, com mapeamento detalhado do território em microáreas e em sua totalidade
Resultados O aplicativo foi essencial para cumprir o propósito de mapeamento da área, tendo como principais vantagens: ter instruções de uso simples, ser gratuito, e, com isso, mais acessível, não apenas aos estudantes e profissionais, mas também à população. Assim, ele favorece a autonomia a nível local e permite a associação entre o paradigma da promoção da saúde e a participação social.
Ao final das práticas, foram entregues às equipes da USF: os mapas das seis microáreas impressos em folhas A4 e um mapa com todas as áreas inseridas em um banner.
A ferramenta possibilitou um acúmulo de dados, o que levou o grupo propor uma aplicação dessas atividades em projetos de extensão universitária e demais espaços de integração ensino-serviço-comunidade na cidade do Recife-PE.
Aprendizados A prática nos territórios proposta pelo curso de medicina insere os estudantes desde o primeiro período na realidade das equipes de saúde, suas dificuldades e potencialidades, valorizando uma formação integral e humanística, baseada nas necessidades das comunidades.
O uso do aplicativo permitiu aos estudantes desenvolverem aprendizados, como: manusear o aplicativo satisfatoriamente; utilizar ferramentas virtuais para resolver problemas reais; convivência e relacionamento interpessoal, e compreender a dinâmica do território de saúde, suas dimensões sociais e culturais para além de um serviço assistencial, e de como essa e reconhecimento amplia o olhar e possibilidades de intervenções.
Análise Crítica As USF’s, pelo princípio da equidade, localizam-se em zonas de maiores vulnerabilidades socioeconômicas, que apresentam riscos associados pela Determinação Social da Saúde. Reconhecer essas localidades por meio de mapeamento espacial é uma forma de dar visibilidade concreta a esses territórios e suas populações. Os discentes observaram evidentes desigualdades sociais e ambientais numa mesma delimitação, o que os levou a compreender que um território é uma definição muito mais complexa que as linhas de um mapa. Entenderam que a territorialização é um processo social necessário e indissociado de uma atenção à saúde qualificada, que observa as condições geográficas e ambientais implicadas no perfil de morbimortalidade, necessárias a um efetivo planejamento assistencial.
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