02/11/2023 - 13:10 - 14:40 CO25.3 - Trabalho, trabalhadores e a pluralidade do cuidado: equipes e a relação com saberes e práticas |
48260 - VISITAS DE ACOMPANHAMENTO DO PROGRAMA SAÚDE COM AGENTE: RESULTADOS PRELIMINARES DE ENCONTROS COM ESTUDANTES, PRECEPTORES E GESTORES LOCAIS ANAHÍ GUIMARÃES - UFRGS, DANIELA RIVA KNAUTH - UFRGS, LUCIANA BARCELLOS TEIXEIRA - UFRGS, FABIANA SCHNEIDER PIRES - UFRGS, SONDRE ALBERTO SCHNECK - UFRGS, LEANDRO RAIZER - UFRGS, TÁCIA BORGES DE OLIVEIRA MILLER - UFRGS
Contextualização O Programa Saúde com Agente (PSA), instituído por meio da Portaria GM/MS nº 3.421/2020, de 07 de dezembro de 2020, é uma parceria entre o Ministério da Saúde, o CONASEMS e a Universidade Federal do Rio Grande do Sul, que ofertou 200 mil vagas para a formação técnica de Agentes Comunitários de Saúde (ACS) e Agentes de Combate as Endemias (ACE), para os 381 mil trabalhadores existentes nestas duas categorias. Ancorados na Política Nacional de Educação Permanente em Saúde, os cursos foram planejados buscando-se desenvolver práticas emancipadoras de cuidado por parte dos trabalhadores. O Programa contou com a anuência de 5.452 gestores municipais de saúde (de 98% dos municípios brasileiros), em que os ACS e ACE que possuíam interesse, puderam se inscrever para a realização de curso técnico. Os cursos encerram-se em dezembro e, atualmente, há mais de 196 mil estudantes ativos em todo o país.
Descrição Os cursos estão organizados em um modelo híbrido de ensino, com atividades desenvolvidas na modalidade EAD e atividades presenciais realizadas no ambiente de trabalho, contemplando um amplo sistema de tutoria e preceptoria, privilegiando práticas de cuidado integral em saúde, em que ACS e ACE precisam realizar algumas atividades práticas conjuntamente. Os gestores locais e os preceptores acompanham as atividades práticas nos territórios brasileiros. A equipe da UFRGS faz toda a gestão educacional, e, mais recentemente, vem realizando visitas in loco em diferentes municípios brasileiros, para acompanhar a realização das atividades do PSA, e coletar informações sobre a execução do Programa. As visitas são agendadas com antecedência, e orienta-se o gestor local da necessidade de reunião com os três segmentos participantes – estudantes, preceptores e gestores, ficando a critério do grupo a realização de encontros separados ou com todas as categorias.
Período de Realização As visitas de acompanhamento iniciaram-se em abril, e encerram-se em dezembro de 2023.
Objetivos Descrever os quantitativos de visitas realizadas, mostrando a abrangência da ação, características dos processos de trabalho, e aspectos positivos e negativos do desenvolvimento dos cursos técnicos, na visão dos estudantes, preceptores e gestores.
Resultados As visitas de acompanhamento executadas até o momento somam 54, distribuídas em 23 municípios do Norte, 11 municípios no Sudeste, 9 no Sul, 7 no Centro-Oeste e 4 no Norte, o que permitiu dialogar com estudantes, preceptores e gestores que envolvem 12.987 estudantes no Nordeste, 11.180 no Sudeste, 1.301 no Sul, 2.796 no Centro-Oeste, e 2.007 no Norte. Em todos os locais, foram realizados encontros envolvendo estudantes, preceptores e gestores. Foram acompanhadas atividades de disciplinas in loco (escolhidas pelos grupos), e coletadas informações através da dinâmica de roda de conversa.
Aprendizados Foram observados diferentes arranjos organizativos para o curso. Os pontos positivos do curso na visão de estudantes, preceptores e gestores foram agrupados em 3 categorias: (1) Integração – relatos de integração entre as duas categorias profissionais a partir das atividades práticas das disciplinas, na rede de Saúde, com maior apropriação sobre o funcionamento da própria rede de saúde local; (2) Vínculo – possibilidade de estreitar vínculos com usuários e colegas de trabalho; e (3) Reconhecimento – relacionado ao reconhecimento da profissão e suas atividades nos territórios, pela comunidade, profissionais de saúde e gestores. O ponto negativo mais frequentemente citado foi o tamanho dos grupos de preceptoria, com a sugestão de grupos menores orientando profissionais dos próprios locais de trabalho.
Análise Crítica As visitas estão sendo de suma importância para que possamos conhecer especificidades locais dos processos de trabalho dos ACS e ACE, aproximando teoria e prática nos cursos. Percebemos que o apoio da gestão local facilita os processos de ensino/aprendizagem, além de estimular os trabalhadores, permitindo maior engajamento nas práticas educativas. Pretende-se visitar até dezembro/2023 mais 40 localidades. Recomendamos que uma nova turma seja ofertada, a fim de cobrir 100% dos ACS e ACE existentes, e que as críticas aos processos de preceptoria, no que tange ao tamanho dos grupos, possam ser acolhidas, facilitando os processos formativos e trazendo ainda mais qualidade para a formação.
|
|