Comunicação Oral Curta

03/11/2023 - 08:30 - 10:00
COC1.2 - Vacinação e hesitação vacinal

47071 - A COBERTURA VACINAL COM VISTAS À SEGURANÇA DO PACIENTE NA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE NO MUNICÍPIO DE QUISSAMÃ/RJ
VIVIAN ALBUQUERQUE ABREU DOS SANTOS - PREFEITURA MUNICIPAL DE QUISSAMÃ, MILENA DA PAIXÃO GONÇALVES VIANA - PREFEITURA MUNICIPAL DE QUISSAMÃ, SUZANA PINHEIRO DA SILVA DUARTE - PREFEITURA MUNICIPAL DE QUISSAMÃ


Contextualização
Trata-se de um relato de experiência que tem como recorte de tempo o período de janeiro a dezembro de 2022, no município de Quissamã, localizado no norte fluminense do Estado do Rio de Janeiro. A cidade possui cerca de 25 mil habitantes e uma rede de atenção à saúde com nove Unidades Básicas de Saúde (UBSs) compostas por equipes de Saúde da Família (eSFs). Com vistas à segurança do paciente na Atenção Primária à Saúde (APS), a coordenação da Estratégia de Saúde da Família (ESF) do município instituiu dois instrumentos de trabalho para as salas de vacina das Unidades de Saúde da Família (USF) no intuito de assegurar a cobertura vacinal de poliomielite e pentavalente para crianças de até um ano de idade. Entendendo que a organização dos macroprocessos na APS pode diminuir os riscos sanitários e garantir a continuidade e integralidade da assistência e do cuidado em saúde tanto em nível individual quanto coletiva.

Descrição
Relato de experiência na Atenção Primária à Saúde do Município de Quissamã, localizado no Estado do Rio de Janeiro. A experiência se deu na instituição de instrumentos de trabalho em todas as Unidades de Saúde da família do município e sob supervisão da Coordenação da Estratégia de Saúde da Família. Os instrumentos eram as planilhas de: aprazamento da vacina VOP e faltosos para busca ativa. O preenchimento dos instrumentos é realizado pelos técnicos de enfermagem, supervisionado pela enfermeira e enviados à Coordenação da ESF para supervisão e posteriores orientações, caso necessário. Com isso é possível planejar o rodízio e rota da vacina VOP (que tem curto prazo de validade após aberta) entre todas as USFs, evitando, portanto, desperdício e garantindo a qualidade e segurança do serviço a ser prestado. Assim como na de faltosos, entendendo que o processo de assistir e acompanhar aos usuários adstritos pode requerer ajustes sobre seu nível de adesão à vacinação.

Período de Realização
Janeiro a dezembro de 2022

Objetivos
- Implementar instrumentos para organização do trabalho na sala de vacina da Unidade de Saúde da Família e;
- Garantir as ações de imunizações aos usuários do serviço público de saúde.


Resultados
A instituição das planilhas têm sido uma forma de otimizar um recurso público que é a vacina, evitando seu desperdício devido à limitação do prazo de validade e não haver um quantitativo expressivo crianças para vacinar principalmente em equipes de zona rural. Apesar da preconização do acesso livre às ações de vacinação, no caso específico da VOP tem sido possível contactar o responsável da criança e agendar a vacinação, garantindo a cobertura vacinal individual. Como parte das boas práticas em vacinação e no sentido da segurança do paciente, este resultado demonstra um plano local que envolve as práticas seguras e garantia do cuidado centrado na pessoa. Observou-se, também, o envolvimento dos profissionais com a sistematização da assistência na sala de vacina, valorizando o preenchimento de dados técnicos afim de garantir a qualidade do serviço oferecido, além de estimular o envolvimento de outros profissionais da ESF, como os Agentes Comunitários de Saúde que são os principais atores e elos com a comunidade e realizam a busca ativa destes faltosos no território.

Aprendizados
Entende-se que a construção de um novo processo de trabalho a partir da instituição de novos instrumentos estimularam as práticas assistenciais e de cuidado mais seguras, uma vez que ampliou o modo de trabalhar em equipe com relação à vigilância em saúde das crianças até um ano de idade. Além da otimização do imunizante que antes era desperdiçado devido à pequena quantidade de crianças e o curto prazo de validade depois do frasco aberto, em especial nos territórios de zona rural. E a partir do planejamento durante o processo de vigilância, foi possível prever com antecedência quem são as crianças que irão precisar da vacina e assim garantir a cobertura, bem como aquelas que estão em atraso por quaisquer motivos.

Análise Crítica
Os constantes desafios exigiram programação e articulação da equipe de enfermagem para execução das atividades de imunização com qualidade do serviço, dos agentes comunitários de saúde para a busca ativa dos faltosos, e da Coordenação da ESF que colaborou para a estruturação deste fluxo de trabalho. De maneira sistêmica, foi possível compreender que estes instrumentos constituem um processo de trabalho mais seguro em comparação com orientações isoladas aos profissionais para que tivessem mais atenção. Neste novo formato os ajustes podem ser percebidos e ajustados por todos, promovendo a gerência dos riscos, práticas e de possíveis danos à garantia da cobertura vacinal.