Comunicação Oral Curta

03/11/2023 - 08:30 - 10:00
COC1.2 - Vacinação e hesitação vacinal

47466 - RESIDENTES DE MEDICINA DE FAMÍLIA E COMUNIDADE NA VIGILÂNCIA DE INDICADORES DE COBERTURA VACINAL, COM FOCO NAS METAS DO PREVINE BRASIL: RELATO DE EXPERIÊNCIA.
ROSIANI GOMES DE SOUZA - FIOCRUZ/SESAU, AGATHA ROSEMBARQUE MEZA - FIOCRUZ/SESAU, ARTHUR DAYRELL - FIOCRUZ/SESAU, KELLY BARRIOS FURTADO - FIOCRUZ/SESAU, GABRIEL BEGOTTO - FIOCRUZ/SESAU, NICOLLE CARAVINA MENDONÇA - FIOCRUZ/SESAU


Contextualização
O Programa Nacional de Imunização (PNI) foi instituído em 1973, antes mesmo da criação do Sistema Único de Saúde (SUS) e sua atuação contribui para melhorias importantes na saúde da população brasileira, considerando que é determinante para o controle das doenças imunopreviníveis.
Uma das atividades do PNI é o Monitoramento das Coberturas Vacinais (CV), e é realizado de modo contínuo e regular, porém nem sempre esses resultados repercutem para o aperfeiçoamento dos serviços. No que concerne a vigilância das CV, pode-se dizer que é uma ação mais abrangente, pois além do monitoramento, é possível fornecer subsídios para que sejam realizadas intervenções oportunas com bases técnicas. (2)
Através da vigilância, e com dados sólidos da realidade nas áreas de abrangência das equipes, é necessário que sejam traçadas as estratégias para reverter a redução das coberturas vacinais.


Descrição
A Residência Médica foi instituída pelo Decreto no. 80.281/77 e constitui uma modalidade de ensino de pós-graduação lato sensu, sendo considerada o “padrão ouro” da especialização médica.
O programa de Residência em Medicina de Família e Comunidade da Secretaria Municipal de Saúde de Campo Grande, MS funciona nos serviços de saúde da Secretaria Municipal de Saúde e sob a responsabilidade da Comissão de Residência Médica, da coordenação técnica, do supervisor do programa e FIOCRUZ.
O programa conta com um manual que institui as práticas desses profissionais dentro das unidades, para que sejam garantidos todos os seus direitos de ensino-aprendizagem nas diferentes escalas do serviço. O turno de vigilância, é reservado para as ações de vigilância em saúde e atualização das planilhas de acompanhamento da equipe, assim como o objeto deste estudo, os indicadores de cobertura vacinal.


Período de Realização
O presente relato de experiência iniciou-se na USF Paulo Coelho Machado, em março de 2022, e é uma atividade constante no processo de trabalho.

Objetivos
Relatar a experiência da atuação dos residentes de Medicina de Família e Comunidade, dentro da equipe multiprofissional, na vigilância da cobertura vacinal, com foco nos indicadores do Previne Brasil.

Resultados
O objeto deste trabalho é a equipe de saúde de família Esmeralda, e suas estratégias diante dos resultados do último quadrimestre de 2022 comparados ao primeiro quadrimestre de 2023.
O resultado alcançado no último quadrimestre de 2022 foi de 81% das crianças, ficando abaixo da meta esperada.
Com o treinamento e apoio de toda a equipe, foi possível melhorar os resultados, alcançando 100% das crianças de até 1 ano de idade da área de abrangência da equipe, imunizadas conforme preconiza o calendário vacinal.


Aprendizados
A vigilância em saúde dentro da atenção primária é uma importante estratégia de cuidado, e permitiu que os residentes compreendessem a necessidade de planejar intervenções direcionadas aos problemas detectados e facilita a organização dos processos de trabalho das equipes.
A relevância deste relato está na oportunidade de reflexão sobre a importância do cuidado multi e interdisciplinar, garantindo a promoção e prevenção da saúde que são as propostas da APS, através de tecnologias leves e de práticas que demandam baixo investimento financeiro.


Análise Crítica
Garantir que os profissionais médicos do Programa de Residência de Família e Comunidade realizem seus períodos de vigilância nos permitiu compreender a importância de superarmos a prática medicalocêntrica de trabalho baseada especificidades profissionais, onde a categoria médica atua somente dentro de consultórios tratando as doenças, deixando as responsabilidades de promoção, prevenção e vigilância em saúde por parte das outras categorias de suas equipes.
O estudo contribui para quebrar este tabu e fortalecer o trabalho interdisciplinar, contribuindo para o fortalecimento da APS, e possibilitando na prática o entendimento deste campo de formação da residência médica.
Sugere-se que esta prática seja rotineira dentro das equipes, e que esta reorganização dos processos de trabalho, através da cogestão possa se expandir também para os serviços onde não há atuação das residências, para que os indicadores de desempenho sejam metas possíveis de serem alcançadas por todas as equipes de saúde da família.