46422 - COMUNICAÇÃO EM TEMPOS DE EMERGÊNCIAS EM SAÚDE: UMA ABORDAGEM PARA A COMUNICAÇÃO A PARTIR DO TERRITÓRIO DE ATUAÇÃO MICHELE NACIF ANTUNES - UFES, PAOLA PINHEIRO BERNARDI PRIMO - UFES, MARIELA PITANGA RAMOS - UFES, ADAUTO EMMERICH OLIVEIRA - UFES
Contextualização Apresenta-se a abordagem que norteou a construção do curso de extensão "Comunicação em Tempos de Emergências em Saúde: Estratégias para os Territórios. O curso aborda estratégias de comunicação que visam promover uma abordagem decolonial e rizomática, levando em consideração a diversidade de perspectivas e a participação ativa dos diversos atores envolvidos.
A comunicação em situações de emergências em saúde desempenha um papel fundamental na disseminação de informações precisas, na promoção da saúde e no engajamento da comunidade. No entanto, é essencial reconhecer que a comunicação tradicional muitas vezes reproduz relações de poder e desigualdades, perpetuando uma perspectiva centralizada e colonial.
Nesse contexto, a proposta de uma comunicação rizomática, inspirada no conceito de rizoma de Deleuze e Guattari, emerge com os movimentos de resistência que colocam em questionamento a forma preestabelecida de difundir informações imposta pela mídia, sendo uma maneira da população se comunicar de forma alternativa aos meios de comunicação hegemônicos. Essas formas de comunicação que se apresentam nos movimentos de resistência, produzem novas formas de vida e novos modos de existência, por não terem um aspecto preestabelecido, onde diferentes pontos se conectam no fluxo entre diversos atores, situações, elementos-chave, áreas e saberes, em um caminho sistemático e criativo de pensar o mundo e suas complexidades, sustentando as diferenças e heterogeneidades dentro do território comunicacional.
As comunidades inseridas nesse processo de comunicação rizomática podem ser entendidas, no contexto de implementação das ações próximas da realidade de cada território, como Grupo Sujeito. Assim, eles se afastaram da conjuntura de um grupo alienado em objetivos, procedimentos e normas que lhes são impostas, como, por exemplo, aceitando passivamente as informações que são repassadas sem vinculação com a realidade de cada comunidade.
Descrição O curso possui carga horária de 60 horas, sendo composto por videoaulas, apostilas, material complementar e propostas de exercícios práticos. Durante o curso, são apresentados estudos de caso e exemplos práticos que demonstram como a comunicação rizomática pode contribuir para a construção de narrativas mais plurais e contextualizadas. São discutidas estratégias para envolver diferentes atores, como profissionais de saúde, lideranças comunitárias, comunicadores populares e usuários dos serviços de saúde, visando fortalecer o protagonismo da comunidade. Ao adotar essa abordagem, o curso incentiva os participantes a se tornarem agentes de mudança, potencializando processos comunicativos mais inclusivos, participativos e responsivos às necessidades dos territórios. A comunicação rizomática no território cria um ambiente propício para a cocriação de soluções e ações coletivas, favorecendo a resiliência das comunidades afetadas pelas emergências em saúde.
Período de Realização O curso é disponibilizado em uma plataforma no formato Massive Online Open Courses (MOOC) da Universidade Federal do Espírito Santo, lançada em maio de 2023.
Objetivos O curso visa incentivar e potencializar, no contexto das emergências em saúde pública, o protagonismo de lideranças, movimentos sociais e profissionais da saúde nos processos comunicacionais em seus territórios de atuação, identificando estratégias e práticas de informação e comunicação, considerando os princípios e as diretrizes do SUS.
Resultados Até o momento o curso teve 450 inscrições, demonstrando o interesse pela temática abordada.
Aprendizados O curso "Comunicação em Tempos de Emergências em Saúde: Estratégias para os Territórios", além de abordar as estratégias de comunicação, também explora as dinâmicas sociais, culturais e políticas presentes nos territórios, reconhecendo a importância de compreender as especificidades locais para uma comunicação efetiva.
Ao adotar a comunicação rizomática no território, os participantes aprendem a valorizar as múltiplas perspectivas e experiências presentes na comunidade, promovendo a construção coletiva do conhecimento. Essa abordagem amplia a diversidade de vozes ouvidas e fortalece a participação ativa de grupos historicamente marginalizados, como mulheres, jovens, idosos, povos indígenas e comunidades quilombolas.
Análise Crítica Ao final do curso, espera-se que os participantes estejam motivados para implementar estratégias de comunicação rizomática nos territórios, promovendo a descolonização da comunicação e estimulando a participação das comunidades no enfrentamento de emergências em saúde.
Dessa forma, o curso oferece uma abordagem inovadora e contextualizada para a comunicação em situações de emergência em saúde. Ao destacar a importância da comunicação rizomática no território e seu papel na descolonização da comunicação, o curso desafia os participantes a se tornarem agentes de mudança e a promoverem processos comunicativos mais inclusivos, participativos e sensíveis às necessidades das comunidades.
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