47341 - OFICINA SOBRE AUTOCUIDADO, FERIDAS E CURATIVOS PARA PACIENTES PORTADORES DE HANSENÍASE EM UNIDADE DE REFERÊNCIA MUNICIPAL: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA
ANGELA MARIA DOS SANTOS SILVA - UPE, ADRIENE MICHELLE TAURINO DA SILVA - UPE, RAPHAELA DELMONDES DO NASCIMENTO - UPE, DANIELLE CHRISTINE MOURA DOS SANTOS - UPE, RAYSSA MARIA ALMEIDA E SILVA - UPE, HERBERT HUMBERTO DE MELO SILVA - UPE, VICTÓRIA REGINA ARCANJO LINS - UPE, DAYANA CECÍLIA DE BRITO MARINHO - UPE, MARIZE CONCEIÇÃO VENTIN LIMA - UPE
Contextualização
A hanseníase é uma doença crônica que acomete nervos, tecidos cutâneos e vísceras. A busca pelo seu diagnóstico, tratamento e as possíveis sequelas deixadas pela doença são destacadas como dificuldades no processo de cura. Ademais, quando a sensibilidade periférica está comprometida pela doença, associada as deformidades do pé, consequentes a fraqueza de músculos, traumatismos mecânicos e uso de calçados inadequados, produzirão hiperqueratoses, fissuras, escoriações, bolhas, erosões e úlceras crônicas. O grupo de autocuidado (GAC) em hanseníase que está geralmente vinculado a uma unidade básica ou de referência, é constituído por profissionais da área e que se interessam pelo tema. O espaço tem como objetivo promover a escuta, acolhimento, redução do estigma gerado e promover autocuidado. Possui papel fundamental, pois é capaz de fornecer o conhecimento necessário da doença e prevenção de complicações aos pacientes, através de estratégias de ensino e atividades de educação em saúde.
Descrição
O Grupo de Pesquisa e Extensão sobre Cuidados, Práticas sociais e Direito à saúde das Populações Vulneráveis (Grupev), tem por objetivo realizar pesquisas e atividades de extensão voltadas aos cuidados e direitos de pessoas atingidas pela hanseníase, em parceria com Movimento de Reintegração das Pessoas Atingidas pela Hanseníase, secretarias de Saúde e uma organização Holandesa, Netherlands Hanseniasis Relief - Brasil (NHR-Brasil), desenvolveu uma oficina de feridas juntamente com seus extensionistas na reunião mensal realizada no GAC da Policlínica Lessa de Andrade. Contou com a preparação de um datashow, e distribuição de folders informativos. Iniciando com uma dinâmica de entrada salientado a importância do cuidado com pés e mãos, membros mais frequentes no desenvolvimento de feridas incapacitantes. Seguindo com a palestra intercalando com momentos de troca de experiências entre os usuários e estudantes
Período de Realização
Realizado planejamento da oficina no período de maio de 2023, até sua aplicação no dia 20 de junho de 2023, ministrada por extensionistas do GRUPEV, com duração de 1h (uma hora) de palestra e dinâmicas que envolvesse o público e instigasse a participação, sendo possível uma troca de experiências entre os mesmos.
Objetivos
A oficina teve por objetivo informar e auxiliar os usuários acerca do autocuidado para avaliação das feridas, cuidados com curativos e prevenção de úlcera plantar. Além de desenvolver as habilidades dos estudantes de dissertação, oratória, envolvimento com o público, embasamento sobre temas e sobre a situação da saúde pública pela perspectiva do usuário.
Resultados
Durante a realização da dinâmica de entrada da oficina os participantes demonstraram entender a importância do cuidado com as mãos e pés. Observou-se que a maioria deles tinham algum tipo de perda de sensibilidade nos pés, incapacidade e marcas de queimaduras nas mãos. Apresentaram interesse sobre o tema ao decorrer da palestra, e tiveram participação ativa em todos os momentos. Alguns expuseram fotos de úlceras antigas tratadas e sua evolução, assim como lhe foi orientado pelos profissionais como seria a realização desses curativos em casa. Os pacientes com considerada perda de sensibilidade dos pés foram os mais acometidos por úlcera plantar e relataram utilizar luvas de pano para cozinhar. Contudo, os mesmos defendem que não foram acompanhados por profissionais de saúde da UBS do bairro, sendo assim, foi salientado durante a oficina a importância desse acompanhamento para avaliar possíveis causas externas ou doenças facilitadoras, além da evolução da ferida. A oficina contou com a participação de usuários, enfermeiras, representante da NHR - Brasil e estudantes.
Aprendizados
Durante a oficina de feridas em hanseníase, a interação entre pacientes e estudantes permitiu um desenvolvimento no processo de mudança de comportamento relacionado ao atendimento assistencial e na compreensão do indivíduo como um ser particular e integral. Ademais, percebeu-se que os pacientes acometidos pela hanseníase precisam de um olhar mais amplo para o processo de cura, pois a doença exige aspectos psicossociais que são negligenciados. Além disso, especialmente durante a oficina de feridas, bem como nas demais atividades de educação em saúde foi possível o desenvolvimento da escuta ao próximo.
Análise Crítica
A partir do exposto ao público torna-se evidente que a Policlínica busca desenvolver ações sobre o conhecimento dos direitos e cuidados em saúde dessa população. Contudo, uma grande parcela da mesma ainda permanece em estado de vulnerabilidade, seja pela precariedade social ou a falta de acompanhamento profissional da Unidade de Saúde do próprio bairro, precisando assim recorrer a uma Policlínica de referência municipal.
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