Comunicação Oral Curta

03/11/2023 - 08:30 - 10:00
COC4.3 - Familias, crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade

47276 - ANÁLISE DA BIBLIOTERAPIA NO ENFRENTAMENTO DO ABUSO SEXUAL NA INFÂNCIA
LÍVIA LEITE GURGEL - UNIFOR, MIRNA ALBUQUERQUE FROTA - UNIFOR, THIAGO MEDEIROS DA COSTA DANIELE - UNIFOR, MARÍLIA NUNES FERNANDES - UNIFOR, MARAYSA COSTA VIEIRA CARDOSO - UNIFOR, KARLA MARIA CARNEIRO ROLIM - UNIFOR, ÉRIKA MARIA ROCHA LEITE - UNIFOR, NILSON VIEIRA PINTO - IFCE

Apresentação/Introdução
Segundo Abrapia (1997) o abuso ou violência sexual na infância e adolescência é definido como a situação em que a criança, ou o adolescente, é usado para satisfação sexual de um adulto ou adolescente mais velho, (responsável por ela ou que possua algum vínculo familiar ou de relacionamento, atual ou anterior).
Esse tipo de crime cometido contra crianças e adolescentes, trata-se de um problema de saúde pública, pois envolve aspectos psicológicos, sociais, médicos e jurídicos, com impactos negativos para o desenvolvimento negativo, cognitivo, emocional e comportamental das vítimas (HABIGZANG; KOLLER, 2011).

Conforme Pardeck (2015) afirma, a utilização da biblioterapia tem sido uma ferramenta eficaz na contribuição do desenvolvimento psicológico das crianças, sendo instrumento de alívio das preocupações e pressões advindas dos fatos que acontecem com as crianças.
Segundo Nascimento e Rosemberg (2007) a biblioterapia consiste em proporcionar um alívio para pacientes acometidos de doenças físicas, bem como aqueles que estão internados ou em seguimento nas Unidades Básicas de Saúde. É realizado por meio da leitura de textos literários que são usados para iniciar um diálogo.
Portanto, para Seitz et al. (2006), a biblioterapia é uma forma propícia para promover prazer e conforto, contribuindo para o bem-estar físico e emocional dos indivíduos e propiciando assim uma forma para combater os males que os afligem.


Objetivos
Analisar a relação da biblioterapia no enfrentamento do abuso sexual na infância.

Metodologia
Trata-se de um estudo transversal, observacional, descritivo, com abordagem qualitativa com finalidade de estudar as ações realizadas, observando, registrando, classificando e interpretando os acontecimentos (GIL, 2017).
A pesquisa foi realizada, no Centro de Atenção Psicossocial Infanto-Juvenil (CAPSi) localizado no município de Pacatuba - Ceará, no período de agosto a novembro de 2022.
No CAPSi em Pacatuba é fornecido cuidados intermediários para pacientes que estão recebendo assistência hospitalar ou ambulatorial. Possui foco na saúde mental do indivíduo, atendendo públicos como: crianças, adultos, usuários de drogas (lícitas ou ilícitas). Além de ser considerado porta de entrada para os serviços relacionados à saúde mental, atendendo aos diversos casos das regiões do município de Pacatuba.
O município citado pertence à Microrregião de Fortaleza, na Mesorregião Metropolitana de Fortaleza, no Ceará, no Brasil.
Foram selecionadas 22 mães cujas crianças possuem entre 7 e 10 anos que fazem acompanhamento no CAPSi, bem como moradoras do município de Pacatuba. Foram excluídas mães que apresentavam algum transtorno mental, pois a impossibilitava de participar da pesquisa.
A coleta de dados consistiu em 4 etapas, no qual foram divididas em apresentação e assinatura do TCLE, entrevista semiestruturada, disponibilização de material bibliográfico e a realização de oficinas.
Para a análise do estudo foi utilizado a técnica de análise de Minayo (2008) que trabalha com regras pré-estabelecidas para que outro pesquisador possa reaplicar os processos e seguindo as diretrizes, de tal forma que as informações sejam organizadas em categorias elaboradas, visando alcançar os objetivos e metas pré-estabelecidas.
Após a aceitação dos participantes em compor o estudo, foi realizada a entrevista semiestruturada que registrou os dados socioeconômicos e as concepções das mães com relação a violência sexual e a biblioterapia. Em seguida, os dados obtidos foram submetidos a uma criteriosa análise e categorização.
O presente estudo foi submetido ao Comitê de Ética da Universidade de Fortaleza/CE, teve a aprovação do Comitê de Ética da UNIFOR, e obteve parecer favorável para sua realização, sob o parecer número 3.049.636 e CAAE: 02633718.0.0000.5052.


Resultados e discussão
Foram realizados diversos encontros para a melhor compreensão da temática. No primeiro, foram compostos de apresentação em grupo e entrevista semiestruturada. O segundo, foi marcado pela dinâmica em grupo, que revelou a importância da memória para as participantes.
No terceiro, foi utilizado um livro, e a partir disso muitas perceberam clareza em seus pensamentos, lembrando seu momento na infância com o abuso, expressando alívio.
No quarto, foi construída a imagem do abusador, na forma de um boneco, a fim de reforçar a história contada pela mãe.
No quinto, foi utilizada a psicoeducação, relacionar a emoção com o pensamento, com as mães.
No sexto, a realização de vídeos para os filhos e no sétimo encontro, foi realizado uma autoavaliação da participação.


Conclusões/Considerações finais
Diante disso, percebe-se que o estudo buscou contribuir na identificação da temática, expondo desafios e apontando soluções para o tratamento desses casos. Além disso, o estudo evidenciou a necessidade de políticas públicas para implementar a biblioterapia no enfrentamento do abuso sexual, bem como incentivar a leitura como para a promoção da saúde.