03/11/2023 - 08:30 - 10:00 COC2.3 - Tensionamentos entre gestão, participação e comunicação em saúde |
46649 - ATENDIMENTO EM UMA UNIDADE DE SAÚDE DA FAMÍLIA: UMA ETNOGRAFIA A RESPEITO DA PROFUNDA FALTA DE COMUNICAÇÃO ENTRE USUÁRIOS E PROFISSIONAIS DE SAÚDE LUZIMERE PIRES DO NASCIMENTO - FIOCRUZ PPGICS ICICT, MARIA CRISTINA SOARES GUIMARÃES - FIOCRUZ PPGICS ICICT
Contextualização Métodos: esta pesquisa foi elaborada por meio de uma pesquisa bibliográfica, de caráter qualitativo, onde a busca aos artigos ocorreu por meio de acesso eletrônico às bases de dados LILACS e BIREME, portal do Ministério da Saúde, Organização Mundial da Saúde, além desses, somou-se a pesquisa de publicações inerentes ao assunto, de naturezas diversas, tais como artigos de jornais e revistas na área da saúde e comunicação. Resultados: As três categorias temáticas revelaram as percepções dos usuários, cadastrados em uma UBS/ESF do município de Parintins, estado do Amazonas, quanto os aspectos facilitadores e dificuldades da sua comunicação junto aos profissionais de saúde, bem como suas expectativas quanto a esse processo comunicacional. Considerações Finais: respeito, diálogo, acolhimento e atenção são fundamentais para a base de uma comunicação efetiva. Entretanto, a falta deles constitui-se como barreira, impactando na relação de confiança entre profissional de saúde e o usuário.
Descrição A presente pesquisa se situa como um desdobramento de minha pesquisa de tese do doutorado nos contextos da Atenção Básica em Saúde (ABS) e a Estratégia de Saúde da Família (ESF).
A pesquisa (etnográfica) inicialmente se voltou para as maneiras que as unidades de intervenção que orientam as agências de diferentes atores envolvidos na produção de “gente com saúde” emergem através da rede de relações que se desenvolve em uma Unidade de Saúde da Família (USF).
Por unidades de intervenção, me refiro aos objetos que são definidos pela Política Nacional de Atenção Básica à Saúde como o foco da ação interventora dos profissionais que atuam na ABS; são eles: o indivíduo, a família e a comunidade.
Período de Realização Este estudo é uma observação etnográfica realizada durante os períodos em que eu estive supervisionando estágio da disciplina Saúde Coletiva I, em unidade básica de saúde (UBS), junto com alunos do curso de graduação em enfermagem do Centro Superior de Parintins CESP/UEA, participando da rotina de trabalho desta unidade de saúde, em específico sobre o atendimento aos usuários cadastrados em uma unidade de Saúde da Família do município Parintins/AM. Período: janeiro a junho 2019.
Objetivos O objetivo é analisar as relações que se estabelecem entre profissionais e usuários nesse momento, de forma a identificar os fatores disparadores de conflitos.
Resultados As três categorias temáticas revelaram as percepções dos usuários e profissionais, cadastrados na ESF Tia Leó, quanto aos aspectos facilitadores e dificuldades da sua comunicação junto aos profissionais de saúde, bem como suas expectativas em relação a esse processo comunicacional. As categorias temáticas não foram pré-definidas e não contemplaram subcategorias. Durante o processo de compilação delas, os achados emergentes na análise foram agrupados por afinidade de conteúdo nesses três eixos temáticos, os quais compreendem as temáticas reveladas.
Aprendizados Com esta pesquisa foi possível identificar as facilidades e dificuldades, bem como as expectativas dos usuários e profissionais de saúde cadastrados em uma ESF a respeito da comunicação que vivenciam junto aos profissionais de saúde. Evidenciou-se que a comunicação é fator primordial para a interação entre profissional da saúde-paciente e é a base para como a relação será construída entre eles.
Nesse sentido, evidencia-se a relevância da pesquisa ao trazer à tona a comunicação em saúde sob a ótica de usuários, possibilitando, aos profissionais, revisitarem a prática com um olhar mais atento e acolhedor para questões que ancoram a comunicação no contexto em foco.
Análise Crítica Constatou-se a importância de se construir uma relação de confiança entre profissional de saúde-paciente com base da comunicação efetiva, na troca de informações, no respeito e no diálogo.
Destaca-se que o paciente percebe a falta de atenção e preparo do profissional em lidar com uma pessoa em estado de vulnerabilidade, o que dificulta a comunicação.
Destacaram o acolhimento, o cuidado humanizado e o respeito como facilitadores para a comunicação.
Identificou-se que um atendimento de qualidade engloba desde o diálogo efetivo até o respeito, formas de comunicação verbal e não verbal.
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