03/11/2023 - 08:30 - 10:00 COC11.2 - Idadismo, gênero e violação de direitos |
46117 - O IMPACTO DO AGEÍSMO SOBRE PESSOAS MAIS VELHAS E IDOSAS MARLENE PEREIRA DA ROCHA - UNIVERSIDADE METODISTA DE SÃO PAULO (UMESP)
Apresentação/Introdução Introdução: O envelhecimento populacional é um fenômeno crescente e contínuo no Brasil, o que causa aumento das demandas sociais e econômicas. O país enfrenta a transição demográfica marcada por três fatores: baixas taxas de mortalidade e fecundidade, e aumento da expectativa de vida, ocorrendo um crescimento rápido do grupo etário idoso. No entanto, a sociedade ainda identifica de maneira estereotipada as pessoas mais velhas, discriminando-as unicamente pela idade. A literatura mostra que os estereótipos fundamentados em idade influenciam comportamentos, exposição de riscos e vulnerabilidades.
Objetivos Objetivo: Compreender como o ageísmo vivenciado por trabalhadores com alto nível de escolaridade nas organizações, pode impactar suas vidas.
Metodologia Método: Além de revisão da literatura e coleta de dados sociodemográficos, foram conduzidas entrevistas semiestruturadas, por videoconferência, com indivíduos mais velhos (entre 45 e 65 anos) e idosos (> 65 anos) com nível superior completo. A amostra foi não probabilística e a técnica de amostragem foi feita por conveniência ou acessibilidade, do tipo bola-de-neve. A análise de dados foi realizada pela técnica de análise de conteúdo de Bardin e o sigilo e anonimato foram garantidos mediante apresentação de TCLE fornecido no ato da entrevista.
Resultados e discussão Resultado e Discussão: O ageísmo representa uma ameaça clara e direta ao envelhecimento saudável das pessoas idosas. Os estereótipos negativos em relação a idade perpetuados por pessoas mais jovens ou profissionais de saúde, ou até mesmo pelas próprias pessoas idosas, demonstram causar danos reais à saúde mental das pessoas idosas, como redução de suas vontades de viver, impacto na memória, levando essas pessoas a evitar comportamentos preventivos de saúde. Assim, os estereótipos de idade prejudicam a recuperação de doenças e até diminuem a longevidade. Combater a discriminação etária deve estar no centro de qualquer discussão sobre o envelhecimento populacional. Isso exigirá a criação e a incorporação no pensamento de todas as gerações, de um novo entendimento de envelhecimento. Também, não poderá ser respaldado em conceitos antigos de que os mais velhos são um peso, ao contrário, demanda uma aquiescência da grande diversidade da experiência da idade avançada. Um componente central no envelhecimento é permitir a autonomia, que depende, em grande, parte da assistência das necessidades básicas do idoso e, no que lhe concerne, apresenta influência sobre a dignidade, integridade, liberdade e independência das pessoas idosas e tem sido reiteradamente constatada como um fator relevante de seu bem-estar geral. As pessoas mais velhas têm o direito de fazer escolhas e assumir o comando de uma quantidade de demandas. No contexto do mercado de trabalho, é fundamental que a pessoa idosa possa ter a opção de escolher continuar ou não trabalhando, seja qual for o seu motivo pessoal. Devido aos desafios enfrentados por esta parcela da população, como baixa qualificação, estigmatização da terceira idade e diminuição da capacidade funcional, características próprias do processo de envelhecimento, é necessário adequar o ambiente de trabalho e as atividades a serem cumpridas às aptidões típicas da pessoa idosa. Evidências em estudo indicaram que os trabalhadores mais velhos consideram o trabalho como algo central em suas vidas. Essas pessoas não desejam se desligar dos seus trabalhos, mostrando a importância destes para o seu modo de ser no mundo, apesar da compreensão bastante negativa acerca do envelhecimento, por parte do público mais jovem. O envelhecimento e suas implicações têm sido cada vez mais alvos de estudos nas áreas científicas. Diversas pesquisas apontam a questão do envelhecimento populacional como uma relevante da conquista mundial, considerando a maior expectativa de vida, mas esta nova realidade demográfica também têm alertado para os impactos e implicações em várias instâncias da sociedade, tais como saúde, lazer, aposentadoria, mercado de trabalho, entre outros. Quanto ao mercado de trabalho, particularmente, verifica-se cada vez mais a presença de idosos neste contexto. Assim, acredita-se que a presente pesquisa seja relevante por contribuir para uma melhor compreensão do processo de envelhecimento e mitigação do ageísmo no contexto organizacional. A inclusão de trabalhadores mais velhos nas organizações é um desafio que requer a superação do preconceito etário. O ageísmo é evidente no contexto organizacional.
Conclusões/Considerações finais Conclusão: O tratamento dado aos idosos em nosso país é algo que precisa urgentemente ser revisto em razão do desconhecimento em relação ao envelhecimento que se associa ao fenômeno do ageísmo que é um tipo de discriminação enraizada culturalmente e assimilado desde a tenra idade, promovendo o surgimento de mitos, crenças e estereótipos a respeito das pessoas mais velhas e idosas.
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