Comunicação Oral Curta

03/11/2023 - 08:30 - 10:00
COC15.4 - Violência de gênero física, política e simbólica: lições para o sistema de saúde

46723 - MASTURBAÇÃO FEMININA: O PRAZER NEGADO
LAURA COURA NARDY - UFPB, JULIANA SAMPAIO - UFPB


Apresentação/Introdução
A experiência das mulheres com a masturbação enfrenta numerosos desafios, dentre os quais valores morais, religiosos e culturais que estimulam a abstinência masturbatória feminina.

Objetivos
Este estudo identifica e analisa as narrativas que promovem a abstinência masturbatória feminina através de uma revisão integrativa de literatura dos estudos publicados nos últimos cinco anos.

Metodologia
Foram utilizadas as plataformas PubMed, Lilacs, Biblioteca Virtual em Saúde (BVS) e Scielo e os descritores “mulheres”, “prazer” e “masturbação”, agrupados pelo operador booleano “AND”. Como critério de exclusão, considerou-se: artigos duplicados, idade (crianças, adolescentes ou idosos), tipo de estudo (artigos de revisão ou artigos de opinião), idioma (línguas distintas de inglês, português ou espanhol) e indisponibilidade dos artigos na íntegra gratuitamente. Foram selecionados 12 estudos.

Resultados e discussão
Sob a ótica da moral, a masturbação é compreendida como algo sujo, vulgar, asqueroso, vergonhoso e depreciativo para muitas mulheres. Da mesma forma, a religião, sobretudo cristã, ao conceber a masturbação como pecado, desencoraja muitas mulheres à prática. Além disso, o machismo impacta violentamente a relação das mulheres com seus próprios corpos, promovendo distanciamento, culpa, alienação e desinteresse associados à masturbação. Muitas parcerias do sexo masculino proíbem ou desencorajam as mulheres a se masturbarem. Muitas mulheres se sentem desconfortáveis na relação a seus próprios corpos e outras mulheres, ainda, enxergam a masturbação como uma atividade válida apenas para os homens. Ademais, são comuns crendices populares que sugerem a existência de riscos consequentes à atividade masturbatória para as mulheres praticantes, como desordens mentais, físicas e sexuais, causando medo e repulsa relacionados à prática.

Conclusões/Considerações finais
Fica claro, portanto, que diante da negação do prazer feminino imposto pela sociedade patriarcal, a masturbação é um ato de resistência à desigualdade de gênero, através do autoconhecimento e do empoderamento sexuais.