Comunicação Oral Curta

03/11/2023 - 08:30 - 10:00
COC17.2 - Saúde de crianças e adolescentes - desafios para a assistência e potencialidades do cuidado participativo

47543 - GRUPO DE CUIDADO DE SAÚDE MENTAL DE JOVENS E ADOLESCENTES: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA NA UBS JARDIM INAMAR - DIADEMA
SABRINA BARBOSA DE SANTANA - PMD


Contextualização
A adolescência é um período de transformações físicas, psíquicas, afetivas e sociais na vida do ser humano. Ao entrar na puberdade, nós criamos uma emergência de novas capacidades de sentir, pensar e agir nos demandando a necessidade de nos redefinir em relação ao corpo sexuado, à sua identidade psíquica e ao meio que estamos inseridos (família e escola).¹ Tais transformações provocam um sentimento de inquietação e estranheza em relação a si próprio, sentindo-se desajeitado, sem controle do próprio corpo de impulsos, hormônios e sua sexualidade, como se não pertencesse a lugar nenhum. É comum apresentarem sintomas físicos como: dores abdominais, náuseas, dor no peito, falta de ar, tontura, sudorese, cefaleia, dores musculares, fadiga, tremedeira e desmaios.² A ansiedade pode interferir no rendimento escolar e no aprendizado, comprometendo a relação com os grupos de amigos e com a família, os conflitos em casa tendem a piorar, conduzindo o adolescente novamente ao isolamento.¹ Há poucos estudos em relação à depressão em adolescentes, mas é um assunto que vem se tornando motivo de pesquisa e criação de políticas públicas.² Essa experiência, justifica-se para estreitar laços entre profissional/paciente, se aprofundar no comportamento dessa faixa etária, auxiliar na compreensão de si mesmo em busca do autoconhecimento e proporcionar conforto aos sentimentos emergidos nessa fase da vida.

Descrição
O grupo foi criado pela Enfermeira Sabrina, que identificou a grande demanda, devido a muita procura dos pais, auxiliada pela ACS Marília, que se identificou com o tema. A metodologia foi dividida em duas estratégias. Tivemos a participação de 16 jovens com idades entre 12 e 18 anos, duvido em 2 turmas. A primeira turma, era composta por 6 adolescentes com idade entre 15 e 18 anos, foi utilizada a metodologia de consultas quinzenal individual e atividades para serem desenvolvidas em casa como caderno de sentimentos e estabelecimento de metas de vida de pequeno, médio e longo prazo. De acordo com cada meta descrita por eles, aplicamos a ferramenta 5w3h, e estabelecemos o plano de ação. Com o seguro grupo a metodologia utilizada foram atividades em grupo como jogos interativos (baralho de uno, stop, quem sou eu, batata quente, artesanatos) em conjunto com rodas de conversa sobre sentimentos, perspectivas de vida, metas de pequeno, médio e longo prazo na escola e familiar, percepção de si mesmo e qual o seu papel na família

Período de Realização
Foi realizado no ano de 2020 e 2022

Objetivos
Realizar grupos de convivência para proporcionar a melhora da saúde mental de jovens e adolescentes frente a sensação de ansiedade e depressão, em ambiente escolar e na residência.

Resultados
Conclui-se que o grupo atendido individualmente, evoluiu mais facilmente na carreira profissional, porém, ainda relataram dificuldade de interação social e apresentam algumas crises de ansiedade, frente a tomada de decisões. Alguns optaram pelo tratamento medicamentoso para alívio dos sintomas. O segundo grupo relatou mais facilidade em desenvolver as atividades na escola, reforçando o diálogo nos ambientes frequentados, diminuindo o isolamento, eliminando os pensamentos de morte e aumentando o autoconhecimento e/ou autocontrole diante das crises. Segundo os pais, ficaram mais calmos em casa, menos chorosos, apresentam mais facilidade em expor sua opinião e impor suas decisões.

Aprendizados
As pesquisas sobre o desenvolvimento natural do adolescente ainda são escassas, o que torna plausível admitir a necessidade de conhecer melhor as modificações psíquicas dessa fase da vida.² É importante tentar estabelecer uma relação de interesse e empatia com o jovem, para que este consiga expressar as suas emoções e sentir-se mais seguro e acolhido. A depressão não é muito falada, porém é muito comum nessa faixa etária.²

Análise Crítica
É necessário ter paciência, desenvolver conversas interativas, de fácil entendimento para auxiliá-los melhor, sem constrangê-los, estar preparado e disponível para esclarecer dúvidas, permitindo assim que o jovem crie uma relação de confiança e afeto consigo e com os outros. Qualquer profissional de saúde que tenha empatia pelo assunto consegue auxiliar os jovens nessa descoberta de si.