Comunicação Oral Curta

03/11/2023 - 08:30 - 10:00
COC17.2 - Saúde de crianças e adolescentes - desafios para a assistência e potencialidades do cuidado participativo

48372 - PESQUISAÇÃO NO MONITORAMENTO DA SAÚDE DAS CRIANÇAS E ADOLESCENTES ÓRFÃOS DE COVID-19 E OUTROS AGRAVOS, NO PERÍODO DA PANDEMIA EM FORTALEZA
KILVIA MARIA ALBUQUERQUE - SMS, FRANCÉLIA MARIA SALES DE ALMEIDA - SMS, CIBELLY MELO FERREIRA - SMS, RAQUEL SOUZA LIMA - SMS, CLAUDIA JATHAY PEIXOTO - SMS, NATHALYA NOGUEIRA PINHEIRO - SMS, HARRISMANA ANDRADE PINTO - SMS, ANAMARIA CAVALCANTE E SILVA - SMS, KILVIA MARIA ALBUQUERQUE - SMS, FRANCÉLIA MARIA SALES DE ALMEIDA - SMS, CIBELLY MELO FERREIRA - SMS, RAQUEL SOUZA LIMA - SMS, CLAUDIA JATHAY PEIXOTO - SMS, NATHALYA NOGUEIRA PINHEIRO - SMS, HARRISMANA ANDRADE PINTO - SMS, ANAMARIA CAVALCANTE E SILVA - SMS


Introdução - A Covid 19 no mundo trouxe uma série de mudanças na sociedade e na vida das famílias, principalmente familias em vulnerabilidade social, que vivenciaram a perda de parentes próximos, deixando um número expressivo de crianças e adolescentes órfãos em todo o mundo. De acordo com a pesquisa do observatório da Infância da Fiocruz no Brasil cerca de 40.830 crianças e adolescentes perderam suas mães por Covid-19 no Brasil. Esse número pode ser maior. Os danos da pandemia de Covid-19 na vida de crianças e adolescentes brasileiros são irreparáveis e exigem a adoção, emergencial, de políticas públicas intersetoriais. “Considerando a crise sanitária e econômica vigente no país, como o aumento da insegurança alimentar, o crescimento do desemprego, a precarização do trabalho e a crescente e o enfraquecimento dos programas sociais. (Cristiano Boccolini 2022). A Secretaria Municipal da Saúde de Fortaleza, por meio da Coordenadoria de Educação em Saúde, Ensino, Pesquisa e Programas Especiais (COEPP) criou o Programa de Monitoramento da Saúde das Crianças e Adolescentes em Situação de Vulnerabilidade, Órfãs de Covid-19 e outros Agravos no período da Pandemia, no município de Fortaleza. Objetivos - identificar crianças e adolescentes órfãos em Fortaleza, monitorar a saúde através do cuidado em saúde, identificar vínculos parentais atuais e contribuir para a formação profissional dos alunos da área da saúde das IES envolvidas. Metodologia - Pesquisa ação em parceria com as Universidades e Secretaria Municipal da Saúde de Fortaleza – SMS, coordenada pela Coordenadoria de Educação em Saúde, Ensino, Pesquisa e Programas Especiais (COEPP), em andamento. Conta com parcerias estratégicas com Instituições de Ensino, públicas e privadas, para o desenvolvimento das atividades do escopo da pesquisa-ação, potencializando as ações de intervenção e de monitoramento da saúde dos órfãos nos territórios de saúde do município, em articulação com as Equipes de Saúde da Família, com ênfase nos casos que serão acompanhados pelo Programa. A intervenção imediata se deu com a detecção dos órfãos maternos e paternos com idade de 0 à 14 anos, que perderam genitor durante a pandemia, considerando a prontidão do acesso às informações dos dados pelo Sistema de Informação de Mortalidade (SIM). dividida em 04 fases distintas: Implementação do Programa através de pesquisa de campo e de sistemas de informação públicos; Contato com as famílias por meio telefônico e/ou por contato presencial (visita in loco), previamente agendada pelos agentes de saúde ou de os agentes de endemias de referência; Análise dos dados coletados e na classificação de vulnerabilidade dos órfãos identificados; Casos identificados como de média e alta vulnerabilidade serão triados segundo a faixa etária e as necessidades de saúde identificadas, e o grupo de pesquisadores responsável pelas famílias definirá um Projeto de Intervenção voltado para as famílias. Os registros de monitoramento e de atendimentos realizados com os sujeitos da pesquisa foram informados no prontuário eletrônico, para propiciar a longitudinalidade do cuidado e a sustentabilidade ao longo da sua execução. Resultados e discursão Foram identificados 56 órfãos em territórios vulneráveis. Durante a etapa de coleta de dados sete (07) pessoas que foram entrevistadas estavam fora da faixa etária e excluídas da análise. Cada grupo familiar pesquisado possuía em média 03 (três) órfãos e majoritariamente as famílias/cuidadores (75%) não eram assistidas por benefícios sociais. Prevalece o gênero masculino entre os órfãos analisados e entre a maioria dessas famílias o pai é o atual responsável pelos cuidados dos órfãos. Foram identificadas 05 menores de 07 anos fora da escola. As crianças participantes do estudo estão na faixa etária de 10-11 anos, 50% dos investigados. Os resultados preliminares demonstram que a situação imposta pela orfandade não impactou na mudança de endereço, visto que os órfãos se mantivera na mesma residência e apenas 25% destes mudaram de endereço. A circunstância da orfandade não afetou o acesso à escola/creche, considerando que apenas 05 (cinco) órfãos abordados não estão na escola. Já na saúde observa-se, que (09) nove dos cinquenta e seis (56) pesquisados referiram não terem passado por avaliação de Saúde, após a ocorrência da orfandade. Conclusão: A saúde mental foi a mais afetada e atendimentos psicológicos os mais requisitados. Identificou-se 94% famílias referiram alguma alteração no comportamento dos menores. Com relação aos aspectos da saúde também seguiu a mesma tendência, com seis das (10) famílias reportando sobre alterações clínicas na saúde dos órfãos. Outro aspecto observado foi à insegurança alimentar referenciado por apenas 03 famílias. Considerações finais - Ressaltamos que a pesquisa está em andamento e necessitaremos dá continuidade da aplicação do instrumento da pesquisa para inferências mais consubstanciadas.