Comunicação Oral Curta

03/11/2023 - 08:30 - 10:00
COC23.2 - Migrações e processos de saúde, doença e cuidado II

46943 - PRÁTICAS DE AUTO ATENÇÃO EM SAÚDE SEXUAL E REPRODUTIVA ENTRE HOMENS MIGRANTES DO HAITI
WILSON NASCIMENTO ALMEIDA JUNIOR - UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO PAULO, DENISE MARTIN COVIELLO - UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO PAULO


Apresentação/Introdução
O Brasil tem se destacado nas políticas e nas diferentes ações de cuidados direcionados as populações migrantes que chegam ao país. Em solo brasileiro, os migrantes de várias nacionalidades são incorporados ao SUS e, embora os desafios que perpassam os cuidados, o sistema tem conseguido atender as questões de saúde. Entretanto, pouco se sabe da saúde das populações migrantes. Dentre as diversas pessoas migrantes recebidas no país, destacam-se as pessoas vindas do Haiti. A despeito de uma população heterogênea, os homens constituem maior número. Somente em 2022 foram recebidos no país quase dez mil homens vindos do Haiti. Nesse sentido, a proposta de pesquisa que está sendo desenvolvida na Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), tem por objetivo explorar os cuidados de saúde utilizados pela população de homens haitianos migrantes, na atenção à saúde sexual, e reprodutiva. A literatura indica semelhanças entre os homens haitianos e os homens brasileiros no que se refere à questão da saúde sexual e reprodutiva. Dentre as semelhanças, destaca-se a questão de gênero e a masculinidade. Tais pontos implicam em maior exposição as infecções sexualmente transmissíveis e ao HIV/aids. Na maioria das vezes, os homens migram sozinhos e, somente após algum tempo, trazem suas companheiras ou pares afetivos. Considerando a possibilidade de novas parcerias afetivas e/ou sexuais após a migração, torna-se importante compreender os possíveis cuidados utilizados frente as infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) e HIV/aids. A migração pode servir como meio de libertação de sistemas sociais rígidos, o que permite ao sujeito migrante experimentar realidades que podem ser prejudiciais à sua saúde. Considerando os pontos abordados, pode-se dizer que às práticas de auto atenção adotadas pelas pessoas migrantes, talvez, possam indicar meios para compreender vulnerabilidades, complementar e/ou orientar os cuidados em saúde. Os grupos ou microgrupos trazem consigo formas de entender, tratar, sanar, aguentar, explicar e prevenir os diferentes males que afetam a saúde, ou seja, os grupos apresentam trajetórias de auto atenção que são formuladas, e fixadas a partir da cultura e da experiência. Temos então, que a investigação mais abrangente das práticas de autoatenção, frente a saúde sexual e reprodutiva da população de homens migrantes do Haiti, pode contribuir na gestão e ações de cuidados, não somente na perspectiva do HIV/aids, mas no âmbito da saúde coletiva.

Objetivos
Investigar a utilização de práticas de autoatenção em saúde sexual e reprodutiva entre homens migrantes do Haiti.

Metodologia
Etnografia com perspectiva multilocal que será desenvolvida em uma unidade básica de saúde (UBS) utilizada pela população de homens haitianos migrantes e, na comunidade onde reside boa parte da população investigada (Comunidade do Cigano –Santo André - SP).




Resultados e discussão
Indiretamente a pesquisa contribuirá para melhor compreensão da interconexão entre as práticas de auto atenção e práticas biomédicas. Nesse sentido, pode contribuir na qualidade dos serviços de saúde para a população migrante do Haiti de maneira mais ampla.


Conclusões/Considerações finais
A pesquisa ainda está em andamento de maneira que não é possível no momento apresentar resultados e conclusões.