03/11/2023 - 13:10 - 14:40 CO2.7 - Metodologias e estratégias para ampliação da participação social no SUS III |
47636 - TRANSMISSÃO VIRTUAL DAS CONFERÊNCIAS DE SAÚDE COMO UM INSTRUMENTO DE GARANTIA E AMPLIAÇÃO DA PARTICIPAÇÃO SOCIAL: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA ALANA MARIA FERREIRA DA PAIXÃO - UPE, ANTONIO CARLOS DIAS MOURA - UPE
Contextualização Uma das maiores conquistas no processo de direcionamento das ações do Sistema Único de Saúde é a participação social. A participação que ganhou força a partir da 8ª Conferência Nacional de Saúde (CNS), e que se manteve presente nos artigos 198 da Constituição e na lei orgânica de saúde 8.142/90, reforça a necessidade de garantir mecanismos democráticos e permanentes de interação entre as diversas camadas sociais da população. A ampliação da participação social torna-se necessária em meio às diversas estruturas sociais do mundo moderno, uma vez que é imprescindível o resgate do direito à saúde e a defesa de um sistema de saúde público. Dessa forma, o uso de tecnologias que permitem acessar em tempo real os espaços de participação social tem-se tornado uma possibilidade no período pós-pandêmico, ampliando o alcance popular nas propostas da saúde.
Descrição As Conferências Livres são espaços de diálogo entre governo e sociedade que visam levar diretrizes e propostas a serem apreciadas na 17ª CNS, que ocorre a cada quatro anos. A 1ª Conferência Livre Nacional de Gestão Interfederativa e Participativa (CLNGIP) buscou levar propostas sobre a temática da gestão reunindo usuários, trabalhadores, gestores e prestadores de serviço. O evento ocorreu na Faculdade de Ciências da Saúde da Universidade de Brasília em formato híbrido, presencial e virtual. Quanto ao formato virtual foi utilizada plataforma de teleconferência e não houve limitações quanto ao número de participantes. A participação dos presentes autores na Conferência se deu no formato virtual.
Período de Realização As atividades da conferência ocorreram nos dias 16 e 17 de maio de 2023.
Objetivos Relatar a experiência na participação da 1ª Conferência Livre Nacional de Gestão Interfederativa e Participativa sob a perspectiva do participante no formato virtual.
Resultados O primeiro dia da 1ª CLNGIP foi destinado à abertura e apresentação das quatro mesas temáticas, enquanto o segundo dia foi realizado à divisão dos grupos para elaboração das propostas e a votação na plenária. Durante o evento também foram apresentados momentos culturais, o que permitiu acompanhar todo o evento a partir das plataformas online. Observou-se alguns momentos de dificuldade na transmissão devido à conexão do evento. O grupo temático de participação dos autores se refere ao eixo III, sobre direito à saúde e exercício da participação da comunidade e controle social na gestão. O chat foi bastante utilizado como recurso para comunicação das falhas, ajuda do suporte técnico e orientação das atividades. Os tempos de fala foram divididos entre presencial, virtual e chat, colaborando para a elaboração das diretrizes e propostas. A votação na plenária foi bastante satisfatória, pois utilizou-se um link na internet para votação de cada proposta de maneira ágil e dinâmica, com a participação de todos. A eleição dos delegados para a Conferência Nacional de Saúde se deu a partir de uma votação no website com a gravação em vídeo dos possíveis candidatos.
Aprendizados A participação na 1ª CLNGIP demonstrou o quanto é importante os processos participativos de construção das propostas para o SUS, uma vez que é preciso esforço coletivo para priorizar os problemas de saúde. Ter a população como parte do sistema fortalece a gestão na medida que a sociedade auxilia a encontrar mecanismos de ação mais próximos da realidade populacional. Ademais, a participação impulsiona a democracia e o desejo de orientar a política de saúde de modo que reduza a injustiça social. O formato remoto é um caminho favorável que dá acesso a outros sujeitos, desde que haja investimento e organização por parte do evento, caso contrário será mais um problema para a comissão responder. O momento de votação virtual na plenária final foi inovador e positivo, enquanto os processos de diálogo no eixo temático permaneceram com uma sequência adequada na maior parte do período. Há adequações que são necessárias em relação à transmissão do áudio para a plataforma virtual, ruídos e aproximações frequentes para o microfone, além de manter uma conexão estável com a internet.
Análise Crítica Embora o formato virtual aumente consideravelmente o quantitativo de inscritos, percebe-se que a participação se dá principalmente nos segmentos que possuem algum vínculo profissional na saúde, o que se assemelha com o evento tradicional. Logo, é necessário fomentar a participação dos demais segmentos nos espaços de participação social existentes na estrutura organizacional do SUS. A experiência relatada é um bom exemplo de evento que conseguiu mesclar os dois formatos a partir de metodologias que pudessem estimular as discussões entre os dois ambientes, mesmo diante das dificuldades técnicas de som e internet em momentos pontuais. Entretanto, é preciso alocar recursos e aprimorar as metodologias a fim de que esses espaços de participação virtual possam fluir adequadamente em tempo real.
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