Comunicação Oral

03/11/2023 - 13:10 - 14:40
CO9.4 - Racismo, PNSIPN, diferentes espaços de formação

46544 - OS CAMINHOS DO EMPODERAMENTO NA BUSCA POR MELHORES CONDIÇÕES DE VIDA E SAÚDE POR INDÍGENAS DO CONTEXTO URBANO DE MANAUS.
LÍGIA MENEZES DA MATA - INSTITUTO LEÔNIDAS & MARIA DEANE- ILMD FIOCRUZ AMAZÔNIA, TAMIRIS MORAES SIQUEIRA - INSTITUTO LEÔNIDAS & MARIA DEANE- ILMD FIOCRUZ AMAZÔNIA, ÂNDRIA SOARES TAVARES - INSTITUTO LEÔNIDAS & MARIA DEANE- ILMD FIOCRUZ AMAZÔNIA, VITOR GUILHERME LIMA DE SOUZA - INSTITUTO LEÔNIDAS & MARIA DEANE- ILMD FIOCRUZ AMAZÔNIA, RODRIGO TOBIAS DE SOUSA LIMA - INSTITUTO LEÔNIDAS & MARIA DEANE- ILMD FIOCRUZ AMAZÔNIA


Apresentação/Introdução
Introdução: Os indígenas citadinos buscam sobreviver e enfrentar as inúmeras dificuldades presentes na vida urbana. O escopo dos desafios diários e constantes são a luta por moradia, acesso à educação, saúde e trabalho, além da necessidade de confirmar suas capacidades para atender as imposições da sociedade1. A assistência à saúde para essa população é de baixa cobertura e ao se depararem com a realidade urbana, sofrem processos de exclusão e discriminação, dado que o subsistema de saúde indígena somente ampara indígenas aldeados e, não obstante, a atenção primária dos municípios não está preparada para promover o acolhimento e o cuidado intercultural devido as barreiras linguísticas1. Neste sentido é preciso levar em conta as relações territoriais, os modos de vida, o processo histórico, valores ancestrais e vivências comunitárias, considerando as percepções e organizações socioculturais desses povos no processo de busca pelas melhorias das condições de vida da comunidade 2.

Objetivos
Objetivo: estabelecer o diálogo e refletir sobre a importância do papel exercido pelas lideranças na melhoria das condições de vida na Comunidade, de modo a dar visibilidade aos saberes tradicionais e as estratégias locais adotadas no cuidado à saúde.

Metodologia
Metodologia: Trata-se de um estudo de caso sobre os caminhos do empoderamento de grupos multiétnicos no contexto urbano de Manaus. O presente estudo faz parte do Projeto Manaós: Saúde da População Indígena em Contexto Urbano nº do CAAE:48611021.5.0000.5020 cumprindo o que preconiza o Conselho Nacional de Saúde (CNS), com base nas Resolução nº 466/2006 e 510/2016, além da resolução 304/2000 para pesquisas envolvendo comunidades indígenas. A oficina de lideranças foi pautada em metodologias ativas, empregando-se estratégias voltadas a motivação, acolhimento e participação ativa de todos os participantes, incluindo dinâmicas e painéis temáticos que permitiram a inclusão e a escuta dos comunitários. Foram formados o total de 03 (três) grupos para a construção de dois painéis temáticos. O Painel intitulado “Minha trajetória pessoal”, trabalhado pelo Grupo 1 e o Painel “Conhecendo meu território: atores, serviços e demais políticas presentes nele” ¸ discutido pelos Grupos 2 e 3.

Resultados e discussão
Resultados e discussão: A atividade contou com 27 (vinte e sete) participantes, sendo 14 (quatorze) representantes da Comunidade/etnia, dos quais 09 (nove) são mulheres e 4 (quatro) homens, e com 13 (treze) integrantes do Projeto Manáos, dentre os quais se destaca a figura do Coordenador Geral e do Coordenador Adjunto. Maior compreensão da cultura indígena no contexto urbano, entendendo o processo de construção de territorialidades e ressignificação da dinâmica cultural, social, política e econômica. Entendeu-se, a partir das discussões empreendidas, que os problemas que perpassam a realidade dos moradores do Parque das Tribos são permeados por muitas dificuldades que vão desde o precário acesso aos bens e serviços até a completa inexistência de políticas públicas no local. Essa realidade é percebida por eles como algo que precisa ser enfrentado coletivamente, demonstrando o sentido de união e luta em prol das melhores condições de vida no bairro.

Conclusões/Considerações finais
Considerações Finais: A participação social das coletividades indígenas é essencial em uma sociedade democrática e plural como a brasileira. É imperativo estabelecer espaços de diálogo e abraçar causas libertadoras, defendidas por líderes indígenas, associações e coletivos, incluindo caciques e cacicas. Essa abordagem visa descolonizar a lógica social, desafiando a hegemonia e despertando possibilidades de resolver problemas socioambientais, territoriais e econômicos. Busca-se, assim, construir uma sociedade equitativa e justa para todos.