03/11/2023 - 13:10 - 14:40 CO26.3 - "A vida exige apoio e condições possibilitadoras para poder ser uma vida vivível”: proteção social, vulnerabilidades e o papel da saúde |
46605 - POPULAÇÃO EM SITUAÇÃO DE RUA E SAÚDE COLETIVA: OLHARES INTERSECCIONAIS PARA A GARANTIA DE DIREITOS MAYARA CRISTINA SILVA DE ARAUJO - - FIOCRUZ BRASÍLIA, STELLA GOMES ALVES DOS SANTOS - FIOCRUZ BRASÍLIA, MARCELO PEDRA MARTINS MACHADO - FIOCRUZ BRASÍLIA, JULIANA CRISTINA BARBOSA BORGES - FIOCRUZ BRASÍLIA, MARIA FABIANA DAMÁSIO PASSOS - FIOCRUZ BRASÍLIA, RENATA DE ALBUQUERQUE LOBO SIMÕES - FIOCRUZ BRASÍLIA, SOFIA OLIVEIRA LOPES CANÇADO - FIOCRUZ BRASÍLIA
Contextualização Diante das necessidades impostas pela pandemia de COVID-19 para a população em situação de rua (PSR), o Núcleo de Estudos Pop Rua (NuPop/Fiocruz Brasília), os Programa de Residências Multiprofissional em APS, de Gestão em Saúde e de Medicina de Família e Comunidade (Fiocruz Brasília), as Secretarias de Saúde e Desenvolvimento Social (GDF) e as Instituições da Sociedade Civil, construíram um Plano de Ação Interinstitucional Pop Rua/DF (PAIPR).
Descrição O PAIPR foi proposto para durar 3 meses e foi organizado metodologicamente em 4 linhas de trabalho:
1º. Atividades dos residentes voltadas para PSR não abrigadas (apoio clínico assistencial com as eCR e apoio à ampliação das ofertas nas UBS para aPSR);
2ª. Retaguarda especializada dos residentes da APS para os abrigos (orientação e qualificação da equipe dos abrigos para: questões sanitárias dos espaços, uso de EPI; melhores formas de isolamento de sintomáticos - sem sinais de gravidade, mediação de conflitos e crises, atendimento às pessoas com transtornos mentais, atendimento às pessoas com dificuldades na relação com álcool e outras drogas e apoio aos trabalhadores)
3º. Qualificação e apoio às instituições da Sociedade Civil - orientação e qualificação das equipes das instituições para: questões sanitárias que envolvem a manutenção das ofertas nas ruas; difusão de informações em saúde e; apoio in loco das ações das instituições.
4º. Supervisão: tem como objetivo analisar carga horária, metodologia proposta; participação dos residentes; resolução de dúvidas e questões; desenvolvimento de novas perspectivas acerca do trabalho com a PSR; impacto sobre a vivência dos residentes nos serviços que atuam com PSR.
Período de Realização O Plano de Ação Interinstitucional para o Atendimento da População em Situação de Rua iniciou em 2020 e encontra-se em andamento com as turmas de residência 2023.
Objetivos O objetivo do PAIPR foi de construir um conjunto de ações articuladas entre os setores da Saúde (com enfase na APS – eCR e ESF), da Assistência Social e a Sociedade Civil, estabelecendo ofertas e responsabilidades dos setores e serviços envolvidos, oportunizando cuidado e proteção para a população em situação de rua, no contexto da pandemia do COVID-19, com o fortalecimento de estratégias metodológicas e pedagógicas para a qualificação de profissionais doSUS e do SUAS.
Resultados Entre os resultados alcançados pelo PAIPR estão a ampliação das ofertas para a PSR, no âmbito da APS, o fortalecendo as ações das 5 eCR, do DF; o fortalecimento da visibilidade e das ações junto à PSR, na formação residentes da APS (Medicina de Família e Comunidade, Multiprofissional em APS e Gestão em Saúde); o fortalecimento de ações conjuntas entre as UBS e os 16 abrigos específicos para PSR, no DF (1050 vagas); a qualificação das ações em saúde das 16 instituições da Sociedade Civil, que atuam com a PSR, mapeadas pelo NuPop. No período os residentes participaram de um processo formativo específico para as ações propostas (5 aulas).
Atualmente passam por este processo formativo aproximadamente 150 residentes da Fiocruz Brasília
Aprendizados Foi avaliado enquanto aspectos mais valiosos do Plano Pop Rua a ampliação dos debates sobre ações intersetoriais entre SUS, SUAS e organizações da sociedade civil no atendimentos às demandas da população em situação de rua; a formação de profissionais capacitados e pensadores em prol ao SUS; o atendimento e acompanhamento das pessoas em situação de rua; os acréscimo pessoal e profissional relatados pelos residentes. O Plano Pop Rua trouxe aos residentes outra perspectiva dos atendimentos da Atenção Básica em Saúde, tirando o foco das Unidades Basica de Saude e direcionando-o às pessoas em vulnerabilidade que estão em situação de rua nos territórios, trazendo ao residente a capacidade de desenvolver e ampliar novas abordagens que se adequem a essa população, o Plano Pop Rua não contemplou apenas ao académicos mas também à população em vulnerabilidade que puderam usufruir do acolhimento e cuidado de cada residente e aos serviços que tiveram a oportunidade de ampliar o cuidado e a atenção aos usuários, além das trocas intersetoriais proporcionadas por cada encontro.
Análise Crítica Alguns aspectos têm se revelado de modo interessante ao longo dos 3 anos de Plano Pop Rua. Entre os pontos de destaque estão a ampliação dos debates sobre ações intersetoriais entre SUS, SUAS e organizações da sociedade civil no atendimentos às demandas da população em situação de rua; a formação de profissionais capacitados e pensadores em prol ao SUS; o atendimento e acompanhamento das pessoas em situação de rua; os acréscimo pessoal e profissional relatados pelos residentes. O Plano Pop Rua trouxe aos residentes outra perspectiva dos atendimentos da Atenção Básica em Saúde, tirando o foco das Unidades Basica de Saude e direcionando-o às pessoas em vulnerabilidade que estão em situação de rua nos territórios, trazendo ao residente a capacidade de desenvolver e ampliar novas abordagens que se adequem a essa população.
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