45949 - O VARAL DA SAÚDE MENTAL NO AMBIENTE ESCOLAR: UMA EXPERIÊNCIA DIALÓGICA UTILIZANDO A TÉCNICA DA RODA ROSANGELA MINARDI MITRE COTTA - UFV, EMILY DE SOUZA FERREIRA - UFV, ÉRICA APARECIDA COELHO - UFV, THAINÁ CRISTINA GONÇALVES AGUIAR - UFV, ADRIANA MARIA DE FIGUEIREDO - UFOP, MARTA MARIA NEVES CORRÊA - UFOP, THALES LOPES - UFOP, AISLLAN DIEGO DE ASSIS - UFOP
Contextualização Contextualização:
Este relato refere-se à nossa experiência decorrente do projeto de extensão com interface na pesquisa financiado pela FAPEMIG e intitulado: “De mãos dadas com Antônio Pereira: acolhimento e empoderamento dos moradores e concretização dos objetivos do desenvolvimento sustentável do distrito de Antônio Pereira, Ouro Preto, Minas Gerais”, por meio da parceria entre a UFOP, o Instituto Federal de Minas Gerais (IFMG), campus Ouro Preto e a Universidade Federal de Viçosa (UFV).
Descrição Descrição:
Neste relato vamos abordar nossa experiência com a aplicação de duas técnicas de trabalho: a roda de diálogos e o varal da saúde mental.
Referente à roda de diálogos, trata-se de uma técnica participativa que visa a troca de experiências, vivências, sentimentos, de forma interativa, entre pessoas de uma determinada comunidade que têm interesses comuns, visando a discussão e construção colaborativa de estratégias para o enfrentamento de um determinado problema.
Por sua vez, o varal da saúde mental, tem como objetivo trabalhar as experiências negativas e positivas das pessoas, relacionadas a algum tema, neste caso à saúde mental nas escolas. A proposta é montar um varal, levando os participantes a remontarem às suas memórias e relatarem suas experiências. Estendido o varal, após o acolhimento com a apresentação dos participantes, inicia-se o primeiro giro da roda com a seguinte comanda: “Lembre-se de uma experiência NEGATIVA relacionada a sua Saúde Mental que te afetou significativamente” e registre em uma folha: 1) O FATO (a experiência negativa) e 2) A MARCA (que esta experiência deixou em você). E seguida inicia-se o primeiro giro da roda, com a leitura dos relatos individuais, ao final do relato, o participante, prega sua folha (fato e marca) no varal. Segue-se então o segundo giro, desta vez com registro da experiência POSITIVA. Nestes 2 momentos muitas emoções são afloradas sendo estes sentimentos trabalhados pela equipe. Enquanto a técnica do varal é executada, uma pessoa da equipe gestora, sistematiza o processo e ao final apresenta aos participantes. Finalizando, no terceiro e último giro é solicitado aos participantes que avaliem respondendo e compartilhando: “O que eu senti hoje?
Período de Realização Período de realização: 27 de maio de 2023
Objetivos Objetivo: Apresentar e descrever as técnicas da roda de diálogos e do varal da saúde mental nas escolas, como estratégias participativas de encontros de aprendizagens entre as pessoas.
Resultados Resultados:
A escola onde se realizou a atividade tem 134 alunos do ensino fundamental e da educação infantil matriculados. Possui 27 profissionais (professores, funcionários e gestora). Participaram da roda 26 pessoas, sendo 15 da escola e 11 membros do projeto. Referentes às experiências negativas destaca-se os seguintes núcleos de sentido: vivências de mortes e enfermidades, conflitos no trabalho, relacionamentos abusivos, rompimento da barragem e perda de empregos. As marcas negativas foram: tristeza, falta de acolhimento, desamparo, medo, abandono, culpa, baixa autoestima, ansiedade. Quanto às experiências positivas, salienta-se: relacionamentos de amor e amizade, primeiro e/ou novo emprego, maternidade, paternidade, possibilidade de continuar a estudar. As marcas foram: autoconfiança, reconhecimento, fé, felicidade, amizade, companheirismo, resiliência e superação. Na avaliação os participantes destacaram: a oportunidade de fala e interação, acolhimento, carinho na condução das dinâmicas, gratidão de poder participar da roda, e necessidade de mais vivências como esta. Por fim, pode-se inferir que a vivência dialógica propiciada pelo varal da saúde mental no contexto da roda, levou os participantes a trabalharem os significados a partir de um enfoque mais profundo. É interatuando com o mundo que as pessoas aprendem, podendo assim, mudar suas concepções dos fenômenos que os afligem e/ou causam emoções.
Aprendizados Aprendizados:
Abordar a saúde mental nas escolas, não é tarefa fácil. A utilização de técnicas participativas, conduzidas por profissional capacitado e experiente, mostraram-se efetivas para o desenvolvimento da prática reflexiva entre a comunidade escolar. Os encontros entre as pessoas com foco no diálogo e no aprendizado pela ação, pode melhorar as relações no ambiente escolar, abarcando o aprendizado sobre si mesmo e sobre os colegas.
Análise Crítica Análise Crítica:
No âmbito da saúde mental cabe à comunidade escolar, atuar na organização do meio social, estudando e criando situações que facilitem o intercâmbio de experiências e conhecimentos, com o objetivo de trabalhar efetivamente os problemas existentes na instituição. As rodas de diálogo e o varal da saúde mental, coordenadas por um membro externo, podem possibilitar a vivencia de formas diferentes de abordar e quiçá resolver os problemas que se apresentem. Assim, as 2 técnicas, tendo como foco a interação por meio do trabalho em grupos, demonstraram que a aprendizagem se produz quando existe um espaço significativo e acolhedor.
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