22/11/2021 - 09:00 - 18:00 PE05 - Epidemiologia da saúde bucal (TODOS OS DIAS) |
37554 - DESIGUALDADES DE RAÇA/COR E GÊNERO NO USO DOS SERVIÇOS DE SAÚDE BUCAL RENATA RIFFEL BITENCOURT - UFRGS, JAQUELINE MIOTTO GUARNIERI - UFRGS, FERNANDA BAIRROS - UFRGS, LUCIANE MARIA PILOTTO - UFRGS, ALINE BLAYA MARTINS - UFRGS
Objetivo: Avaliar o acesso em saúde bucal sob a perspectiva da interseccionalidade entre gênero, raça/cor e renda domiciliar per capita. Métodos: Foram utilizados dados de 275.596 indivíduos a partir da Pesquisa Nacional de Saúde de 2019. O desfecho foi nunca ter consultado o dentista. Realizou-se análises descritivas estratificadas por renda per capita domiciliar. Aplicou-se também o teste qui-quadrado. Resultados: Entre os participantes da pesquisa, 32,9% eram mulheres negras, 31,2% homens negros, 19% mulheres brancas e 17% homens brancos. Dentre estes, 8% dos homens brancos, 11,4% dos homens negros, 6,1% das mulheres brancas e 8,7% das mulheres negras nunca consultaram o dentista. Quando analisado com a variável renda, as variáveis de gênero e raça/cor perderam significância estatística apenas na categoria de maior renda. Conclusões: Os resultados encontrados demonstram que há diferenças no uso dos serviços de saúde bucal em relação à gênero, raça/cor e renda. O menor uso dos serviços pelo gênero masculino já foi demonstrado em outros estudos. Em relação à renda, percebe-se que para os indivíduos que têm menor renda per capita (abaixo de 3 salários mínimos) a raça e o gênero têm maior influência sobre o acesso à saúde bucal. Estes resultados corroboram para a discussão da interseccionalidade na saúde bucal, e demonstram a importância da análise interseccional dessas variáveis. É necessário evidenciar tais desigualdades e seus reflexos na saúde bucal de grupos socialmente excluídos para que sejam desenvolvidas ações e políticas que visem o seu enfrentamento.
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