22/11/2021 - 09:00 - 18:00
PE08 - Epidemiologia da saúde do adulto (TODOS OS DIAS) |
34266 - ABORTO LEGAL: REVISÃO SISTEMÁTICA DA PRODUÇÃO CIENTIFICA NO BRASIL (2008-2018)
SANDRA COSTA FONSECA - INSTITUTO DE SAÚDE COLETIVA, UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE (RJ/BRASIL), ROSA MARIA SOARES MADEIRA DOMINGUES - INSTITUTO NACIONAL DE INFECTOLOGIA EVANDRO CHAGAS, FUNDAÇÃO OSWALDO CRUZ (RJ/BRASIL), MARIA DO CARMO LEAL - ESCOLA NACIONAL DE SAÚDE PÚBLICA SERGIO AROUCA, FUNDAÇÃO OSWALDO CRUZ (RJ/BRASIL), ESTELA M. L. AQUINO - INSTITUTO DE SAÚDE COLETIVA, UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA (SALVADOR/ BRASIL), GREICE M. S. MENEZES - INSTITUTO DE SAÚDE COLETIVA, UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA (SALVADOR/ BRASIL)
Objetivo: Analisar o cenário do aborto legal no Brasil, incluindo perfil dos serviços, das mulheres atendidas e o conhecimento de profissionais da medicina sobre o assunto.
Método: Revisão sistemática da literatura. Busca nas bases MEDLINE e LILACS, de 2008 a 2018, sem restrição de idiomas. Duas pesquisadoras, de forma independente, realizaram identificação, avaliação da qualidade e extração de dados dos artigos. A qualidade foi avaliada segundo critérios do Joanna Briggs Institute.
Resultados: Entre os 20 artigos selecionados, um relatou o censo sobre 27 dos 68 serviços registrados no país e evidenciou sua insuficiência, com ausência em sete estados, concentração em capitais e resposta à metade da demanda. Seis estudos sobre as mulheres atendidas identificaram que eram jovens, solteiras e o principal motivo foi a gravidez decorrente de estupro. A demora em procurar atendimento ocorreu dentre as mais jovens, solteiras, cujo agressor era alguém próximo. Onze trabalhos sobre profissionais e estudantes de Medicina constataram a persistência de conhecimento aquém do ideal, com elevada recorrência à objeção de consciência nos serviços. Três estudos envolveram aborto no caso de anencefalia fetal e outras malformações graves que exigem autorização judicial, mostrando comportamento heterogêneo e alto percentual de cesarianas quando mantida a gestação. Há lacunas da produção científica em situações envolvendo risco de vida.
Conclusão: O conhecimento sobre aborto legal ainda é insuficiente, há dificuldades de acesso aos serviços e deficiências da formação médica.
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