22/11/2021 - 09:00 - 18:00 PE10 - Epidemiologia das doenças crônicas não-transmissíveis (DCNT) - Câncer (TODOS OS DIAS) |
33275 - NEUROTOXICIDADE GRAVE INDUZIDA POR QUIMIOTERAPIA EM PACIENTES COM MIELOMA MÚLTIPLO PAULA LANA DE MIRANDA DRUMMOND - FUNED/UFMG, JÉSSICA SOARES MALTA - UFMG, LIVIA PENA SILVEIRA - HC/UFMG, NAIANE LIMA COSTA - UFMG, ROBERTA MÁRCIA MARQUES DOS SANTOS - FUNED, ADRIANO MAX MOREIRA REIS - UFMG, CRISTIANE APARECIDA MENEZES DE PÁDUA - UFMG
Objetivos: Avaliar neurotoxicidade grave (NG) em pacientes com mieloma múltiplo (MM) expostos à quimioterapia e seu impacto em atividades de vida diária (AVD).
Métodos: Estudo transversal com pacientes com MM (>18 anos), atendidos em ambulatórios de Belo Horizonte (Abril-Novembro/2019), em quimioterapia ou previamente tratados, que assinaram termo de consentimento (CAAE: 05400818.3.0000.5149). A neurotoxicidade foi medida pelo Questionário de Neurotoxicidade Induzida por Antineoplásicos (QNIA) com 29 perguntas sobre sintomas nos membros inferiores (MMII), superiores (MMSS) e oroface, obtendo pontuação de 1-5 nas respostas para frequência e impacto nas AVD. Considerou-se NG se pontuação de 4-5. Coletaram-se dados clínicos e sociodemográficos nas entrevistas e prontuários. Foram estimadas medidas de tendência central e frequências. Utilizou-se regressão logística para associar NG e variáveis de exposição (Odds ratios-OR), com 95% de confiança.
Resultados: De 182 pacientes, 48,4% estavam em quimioterapia de indução 10,4%, de manutenção e 40,3% em remissão. Ciclofosfamida, talidomida e dexametasona (CTD) era o esquema mais usado no serviço público, enquanto no privado eram mais usados bortezomibe, ciclofosfamida e dexametasona (VCD) ou bortezomibe, talidomida e dexametasona (VTD). 128 participantes relataram dormência e formigamento graves prejudicando AVD. NG estava presente nos MMII (86,8%), MMSS (36,8%) e oroface (91,2%), correspondendo a 391 respostas 4-5. NG foi associada à quimioterapia de manutenção com talidomida (OR=4,8; IC95%: 1,2-19,0).
Conclusão: NG pode ser causada pela exposição à talidomida (de manutenção), mas também pela exposição prolongada à quimioterapia. Como o MM não tem cura, neurotoxicidade deve ser monitorada para prevenir incapacidades e promover maior qualidade de vida aos pacientes.
|