22/11/2021 - 09:00 - 18:00 PE10 - Epidemiologia das doenças crônicas não-transmissíveis (DCNT) - Câncer (TODOS OS DIAS) |
33684 - EXCESSO DE EXAMES COM BASE EM TRIAGEM ENTRE JOVENS: O CASO DA MAMOGRAFIA NO BRASIL WOLNEY LISBOA CONDE - FSP-USP, MARIA PASTOR VALERO - FSP-USP, ALICIA MATIJASEVICH MANITTO - FSP-USP, ISABELA VENANCIO DA SILVA - FSP-USP, FABIANA RIBEIRO FERRAZ - FSP-USP, LARISSA NOVAIS DA SILVA LOPES - FSP-USP
Introdução: O uso excessivo de testes de triagem para riscos de futuras doenças não transmissíveis entre populações saudáveis aumenta a probabilidade de casos falso positivo, de excesso de tratamento e ocorrência de sequelas físicas e psíquicas entre os grupos expostos.
Objetivo: Estimar a frequência, distribuição e tendências do excesso de exames de mamografia fora da faixa etária recomendada entre mulheres no Brasil.
Métodos: Selecionamos dados de 382.168 mulheres entre 20 e 79 anos da base (VIGITEL) entre 2007 e 2019. Estimamos a cobertura da realização de mamografia entre 50 a 69 anos, indicada pelo Ministério da Saúde para triagem de risco de câncer de mama. Nos demais grupos etários estimamos a frequência do excesso de exame. O risco relativo [RR] foi calculado com o estimador de Poisson. As análises foram estratificadas ou ajustadas pelo número de anos de estudo.
Resultados: A cobertura de mamografia, na idade recomendada, foi 76.3% no período. Fora da faixa indicada, 40.4% realizou a mamografia. O RR para realização de mamografia fora da idade recomendada aumentou 1.02 ao ano no período. O RR para excesso de exame está associado ao status social e alcança 1.30 e 1.65 entre mulheres com Ensino Médio e universitárias, respectivamente.
Conclusão: O excesso de mamografia no Brasil alcança virtualmente 1 a cada 2 mulheres. A falta de cobertura na idade indicada alcança 1 a cada quatro mulheres. O status social se mostra diretamente associado ao excesso de exames e inversamente à cobertura.
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