36720 - IMPACTO DA REDUÇÃO DO PONTO DE CORTE PARA HIPERTENSÃO: DIRETRIZES ACC/AHA 2017 DÉBORA MORAES COELHO - UFMG, PEDRO HUMBERTO GOMES DE FREITAS - UFMG, CAMILA TEIXEIRA VAZ - UFJF, AMANDA CRISTINA DE SOUZA ANDRADE - UFMT, WALESKA TEIXEIRA CAIAFFA - UFMG
Objetivo: Estimar as mudanças na prevalência de hipertensão arterial sistêmica (HAS), segundo perfil sociodemográfico e de saúde ao aplicar os critérios propostos pela nova publicação da ACC/AHA 2017, utilizando como referência as Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial 2020. Métodos: Foram incluídos no estudo 1.375 adultos, respondentes do inquérito MOVE-se Academias (2014-15), com idades entre 18 e 88 anos (60,5% mulheres, 42,3 ± 16,5 anos) e aferições válidas das pressões arteriais. Os valores pressóricos foram categorizados e estadiados segundo as diretrizes Brasileiras e ACC/AHA. O perfil sociodemográfico e de saúde foram descritos segundo idade, raça, estado civil, escolaridade, atividade física, tabagismo, uso de álcool, diabetes e hipercolesterolemia. Prevalências ponderadas de HAS foram calculadas. Resultados: Segundo as diretrizes Brasileiras e ACC/AHA, as prevalências de HAS foram, respectivamente, de 18,9% (IC95%=15,2-23,7) e 44,3% (IC95%=40,0-48,7). Representando um aumento de 25,4 pontos percentuais, sendo maior em homens do que em mulheres (19,5 vs 34,8, respectivamente). Consumo de álcool, uso de tabaco e inatividade física se associaram a um maior aumento das prevalências (32,7; 27,5 e 28,1 pontos percentuais, respectivamente). Contrariamente, entrevistados que relataram não ter hipercolesterolemia e/ou diabetes apresentaram maior aumento, 28,1 e 26,0 pontos percentuais, respectivamente. Conclusão: A implementação da diretriz ACC/AHA 2017 repercute no aumento expressivo da prevalência de HAS, resultando em maior demanda de recursos necessários para atividades de prevenção, detecção, avaliação e tratamento desta doença. Ao considerar a adoção desta diretriz, os impactos no nível individual e local, incluindo o planejamento e logística do Sistema Único de Saúde, devem ser avaliados.
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