22/11/2021 - 09:00 - 18:00
PE20 - Epidemiologia das doenças transmissíveis - Covid-19 (TODOS OS DIAS) |
35483 - O EFEITO DA TESTAGEM NOS INDICADORES DE ACOMPANHAMENTO DA PANDEMIA DA COVID-19
FLÁVIA BULEGON PILECCO - UFMG, CAROLINA GOMES COELHO - UFMG
Objetivo: Analisar como a testagem da população influencia os indicadores de saúde usados para monitorar a pandemia de COVID-19 nos 50 países com maior número de casos diagnosticados. Métodos: Estudo ecológico, com dados extraídos no dia 09/03/2021 do site Worldometers. Foram calculadas incidência acumulada, taxa de mortalidade, letalidade e proporção de testes positivos. Correlações gráficas entre a taxa de testagem e esses indicadores foram apresentadas, com o respectivo Coeficiente de Correlação de Spearman. Resultados: A taxa de testagem variou enormemente entre os países, de 25.215 testes/milhão de habitantes, em Bangladesh, a 3.273.289 testes/milhão de habitantes, nos Emirados Árabes Unidos. No Brasil, essa taxa foi de 133.900 testes/milhão de habitantes. A correlação entre taxa de testagem e incidência acumulada foi forte (ρ=0,789); entre testagem e taxa de mortalidade (ρ=0,497) e entre testagem e proporção de testes positivos (ρ=-0,454), foi moderada; entre testagem e taxa de letalidade, foi baixa (ρ=-0,298). Conclusão: A maioria dos países não testa o suficiente para garantir adequado monitoramento da pandemia, refletindo na qualidade dos indicadores. Embora seja esperado que a incidência acumulada aumente com a testagem, outros indicadores, como aqueles que envolvem o número de óbitos em seu cálculo, são menos influenciáveis por mudanças nas estratégias de testagem. A comparação entre países ainda é dificultada pelas diferenças na composição populacional e no acesso aos serviços de saúde. Portanto, a ampliação do número de testes é fundamental, mas precisa ser acompanhada de outras medidas, como isolamento de casos diagnosticados e rastreamento de contatos.
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