22/11/2021 - 09:00 - 18:00 PE23 - Epidemiologia das doenças transmissíveis - Hanseníase, Leishmaniose e outras doenças negligenciadas (TODOS OS DIAS) |
36391 - ADESÃO AO TRATAMENTO DA HANSENÍASE SEGUNDO NÍVEL DE ATENÇÃO À SAÚDE NO BRASIL, 2006-2017 CAMILA SILVEIRA SILVA TEIXEIRA - CIDACS/FIOCRUZ BAHIA, ANA CLARA PAIXÃO CAMPOS - UFBA, MAURO NISKIER SANCHEZ - UNB/CIDACS/FIOCRUZ BAHIA, ELZO PEREIRA PINTO JÚNIOR - CIDACS/FIOCRUZ BAHIA, ELIZABETH B. BRICKLEY - LSHTM, GERSON OLIVEIRA PENNA - UNB/FIOCRUZ BRASÍLIA, MAURÍCIO LIMA BARRETO - UFBA/CIDACS/FIOCRUZ BAHIA, RITA DE CÁSSIA RIBEIRO-SILVA - UFBA/CIDACS/FIOCRUZ BAHIA, JOILDA SILVA NERY - UFBA, JÚLIA MOREIRA PESCARINI - LSHTM/CIDACS/FIOCRUZ BAHIA
Objetivo: investigar as associações entre as características sociodemográficas, geográficas e clínicas, e as chances de o paciente completar o tratamento em unidades de atenção primária e especializada. Métodos: estudo transversal, em que foram avaliados os casos novos de hanseníase registrados no Sistema Nacional de Notificação de Doenças (SINAN) no Brasil (2006-2017). As informações sobre as unidades de saúde de diagnóstico foram extraídas do Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES). As análises bivariada e multivariada foram realizadas usando modelos de regressão logística estratificados de acordo com o nível de atenção à saúde. Resultados: Entre os 218.646 casos novos de hanseníase diagnosticados entre 2006-2017, 196.562 (89,9%) completaram o regime de poliquimioterapia. Para os 70% atendidos na atenção primária à saúde, as menores chances de conclusão do tratamento foram associadas a idades entre 15-19 anos (OR 0,57), raça/etnia negra (OR 0,86) e indígena/asiática (OR 0,85), educação primária ou inferior (OR 0,81), hanseníase multibacilar (OR 0,92) e incapacidade física grau 1 ou 2 (OR 0,91 e 0,86, respectivamente). Residir em áreas urbanas (OR 1,12) e nas regiões Sudeste/Sul (OR 1,17) ou Centro-Oeste (OR 1,13) aumentaram as chances de conclusão do tratamento. Foram observadas estimativas pontuais semelhantes para a assistência especializada e hospitalar. Conclusões: A conclusão da poliquimioterapia é resultado de uma interação entre fatores sociodemográficos e geográficos, e a pobreza no Brasil. Além disso, observamos que as ações de controle da hanseníase não estão estabelecidas de maneira uniforme em todo o país, provavelmente devido às dificuldades encontradas na atenção primária à saúde.
|