22/11/2021 - 09:00 - 18:00 PE24 - Epidemiologia das doenças transmissíveis - HIV/aids e outras ISTs (TODOS OS DIAS) |
32682 - INÍCIO TARDIO DA TERAPIA ANTIRRETROVIRAL: DESIGUALDADES POR NÍVEL EDUCACIONAL AMANDA DE OLIVEIRA RODRIGUES - ENSP - FIOCRUZ, PAULA MENDES LUZ - INI - FIOCRUZ, CLAUDIO J. STRUCHINER - EMAP - FGV, LARA E. COELHO - INI - FIOCRUZ, VALDILEA G. VELOSO - INI - FIOCRUZ, BEATRIZ GRINSZTEJN - INI - FIOCRUZ
Objetivo: Investigar a associação entre o nível educacional com o início tardio do tratamento e o início do tratamento com doença avançada. Métodos: Foram incluídos adultos (≥25 anos) que iniciaram o tratamento, entre 2005-2018, no Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas da Fundação Oswaldo Cruz (INI/FIOCRUZ), Rio de Janeiro, Brasil. O nível educacional foi categorizado de acordo com a Classificação Padrão Internacional de Educação da UNESCO. Início tardio do tratamento foi definido por CD4<350 células/mL ou um evento definidor da AIDS, e início do tratamento com doença avançada por CD4<200 células/mL ou um evento definidor da AIDS. A partir da construção de um gráfico acíclico direcionado (DAG) determinamos o conjunto mínimo de variáveis de confusão. Modelos de regressão logística foram utilizados para estimar o odds ratio ajustado (aOR) e os intervalos de confiança de 95% (IC95%). Imputação múltipla foi usada para tratar valores ausentes e termos não lineares para variáveis contínuas foram testados. Resultados: 3.458 indivíduos iniciaram tratamento antirretroviral: 876(27,4%) possuíam ensino básico incompleto, 540(16,9%) básico, 1251(39,2%) nível secundário e 525(16,4%) terciário. O início tardio do tratamento foi observado em 2.076(64,4%), enquanto o início do tratamento com doença avançada em 1.423(44,1%). Comparado ao nível superior, os níveis básico incompleto, básico e secundário aumentaram as chances de início do tratamento com doença avançada em 2,5 vezes (aOR:2,53 IC95%:1,97-3,26), 2 vezes (aOR:2,07 IC95%:1,59-2,71), e 1,5 vezes (aOR:1,51 IC95%:1,21-1,88). Conclusão: Baixo nível educacional aumentou significativamente as chances de ambos os desfechos, reforçando a existência de desigualdades sociais no acesso ao tratamento antirretroviral “universal”.
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