22/11/2021 - 09:00 - 18:00 PE24 - Epidemiologia das doenças transmissíveis - HIV/aids e outras ISTs (TODOS OS DIAS) |
35453 - RECÉM-NASCIDOS COM NEUROSSÍFILIS ATENDIDOS NO HOSPITAL UNIVERSITÁRIO DE DOURADOS, MS ANNY DANYELLY DA COSTA RIBEIRO - FIOCRUZ, CRISTIANE DE SÁ DAN - UNIVERSIDADE FEDERAL DA GRANDE DOURADOS, ANDREA DA SILVA SANTOS - UNIVERSIDADE FEDERAL DA GRANDE DOURADOS, JULIO CRODA - FIOCRUZ, SIMONE SIMIONATTO - UNIVERSIDADE FEDERAL DA GRANDE DOURADOS
A sífilis continua sendo um problema de saúde pública, principalmente em mulheres grávidas, devido ao risco de transmissão ao feto e ao envolvimento do sistema nervoso central, causando neurossífilis. Um estudo caso-controle para analisar as variáveis associadas à neurossífilis em recém-nascidos foi realizado no período de julho a dezembro de 2017 no Hospital Universitário de Dourados, MS. Foram selecionados recém-nascidos de gestantes com sífilis admitidas para o parto, e realizado testes treponêmicos e não treponêmicos, análise do líquido cefalorraquidiano e radiografia de ossos longos. Os recém-nascidos diagnosticados com neurossífilis (líquido cefalorraquidiano alterado) foram definidos como um caso, e recém-nascidos com sífilis congênita eram os controles. Cada caso foi combinado aleatoriamente com dois controles pareados. Selecionamos 21 de recém-nascidos com neurossífilis e 42 controles com sífilis congênita, das 63 gestantes com sífilis, 95,2% (60/63) receberam pré-natal, 74,6% (47/63) foram diagnosticadas com sífilis durante o pré-natal, 80,8% (38/47) foram tratadas com penicilina e apenas 46,8% (22/47) de seus parceiros receberam o tratamento. Cerca de 50,8% (32/63) dos recém-nascidos foram hospitalizados por complicações da sífilis, como prematuridade e baixo peso ao nascer. O uso de álcool, tatuagens, não realização de testes sorológicos para sífilis durante o pré-natal e parceiros sexuais não tratados foram variáveis associadas à neurossífilis. Os resultados demonstraram que a cobertura pré-natal não é suficiente para prevenir a neurossífilis. O diagnóstico tardio da sífilis e o acompanhamento inadequado dos parceiros sexuais são fatores que precisam de atenção dos gestores da saúde, para medidas mais efetivas de controle da neurossífilis.
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