22/11/2021 - 09:00 - 18:00 PE31 - Epidemiologia dos acidentes, violências e lesões físicas - Violências interpessoais, comunitárias e familiares (TODOS OS DIAS) |
36668 - VIOLÊNCIA NA PERSPECTIVA DE GÊNERO E ORIENTAÇÃO SEXUAL: RELAÇÃO ENTRE NOTIFICAÇÕES E ÓBITO MARINA MARIA BALTAZAR DE CARVALHO - SMS RIO DE JANEIRO, RICARDO DE MATTOS RUSSO RAFAEL - UERJ
Objetivo: analisar a orientação sexual e a identidade de gênero como fatores associados à mortalidade por causas violentas nas notificações de violência interpessoal/ autoprovocada. Métodos: estudo coorte não-concorrente, de seguimento passivo com uso de técnica de linkage probabilístico no banco de dados SINAN Violência e óbitos no Sistema de Informações sobre Mortalidade de residentes no município do Rio de Janeiro, entre 2015 e 2019. Realizada análise de sobrevida para a determinação do risco de morte por causas violentas em função da orientação sexual. Resultados: Dos 487 pares verdadeiros, 89 tiveram desfecho óbito por violência. A análise de sobrevida revelou que o risco de morte por causas violentas aumenta em função do tempo (estimativa de Hazard Ratio por meio da Curva de Nelson-Aalen), acentuando-se após 4 anos para o grupo selecionado (homossexuais e bissexuais). As curvas de Kaplan-Meier ( estimativas de sobrevivência) mostraram menor risco de sobrevivência em função do tempo para os grupos de minorias sexuais – Lésbicas, Gays e Bissexuais (X2: 37,16; p-valor <0.001) e de pessoas trans (X2: 34,98; p-valor <0.001) para mortalidade por causas violentas. A testagem da interação mostrou que a identidade de gênero modifica o efeito da variável orientação sexual: a classificação heterossexual é protetora para mortes violentas, já as minorias sexuais são produtoras de risco. Conclusão: Estudo inédito que reforça a necessidade de investimento na notificação de violência qualificada, considerando a orientação sexual e identidade de gênero para que a informação oriente espaços de gestão, formulação de políticas públicas e empoderamento do movimento LGBTQI+.
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