22/11/2021 - 09:00 - 18:00
PE35 - Epidemiologia em subgrupos populacionais específicos - Saúde da população LGBTQIA (TODOS OS DIAS) |
36919 - USO DE SILICONE INDUSTRIAL ENTRE MULHERES TRANS E TRAVESTIS EM SÃO PAULO
BEATRIZ NOBRE MONTEIRO PAIATTO - FACULDADE DE CIÊNCIAS MÉDICAS DA SANTA CASA DE SÃO PAULO, THIAGO PESTANA PINTO - FACULDADE DE CIÊNCIAS MÉDICAS DA SANTA CASA DE SÃO PAULO, CLAUDIA BARROS - UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SANTOS, ALINE B. M. DA ROCHA - FACULDADE DE CIÊNCIAS MÉDICAS DA SANTA CASA DE SÃO PAULO, JULIA RABELLO GUERRA VIEIRA - FACULDADE DE CIÊNCIAS MÉDICAS DA SANTA CASA DE SÃO PAULO, MARIA AMÉLIA VERAS - FACULDADE DE CIÊNCIAS MÉDICAS DA SANTA CASA DE SÃO PAULO
Objetivos: Estimar o uso de silicone industrial para modificações corporais e sua relação com as características sociodemográficas entre mulheres trans e travestis (MTT) em São Paulo. Métodos: Utilizamos dados do baseline de um estudo de coorte, realizado entre maio/2017 e dez/2019 com MTT. Foram realizadas análises descritiva e bivariada (qui-quadrado) entre as características sociodemográficas e injeção de silicone industrial para mudanças corporais. Nível de significância adotado foi 5%. Resultados: Entre as 791 participantes, 71,3% tinham até 34 anos, 69,5% se autoidentificavam como preta/parda, 62,2% possuíam ensino médio incompleto, 53,2% renda menor que um salário mínimo (SM) e 49,2% haviam exercido a prostituição no último mês. A prevalência de uso de silicone foi 39,3%, sendo o número de aplicações: uma vez (51%) e duas a quatro vezes (44,5%). Complicações foram reportadas por 70% das participantes. O uso de silicone industrial foi maior naquelas com ensino médio incompleto (46% vs 27,5%, p<0,001), renda menor que um SM (46,7% vs 30%, p<0,001) e que exerceram prostituição no último mês (51% vs 27,9%, p<0,001). Conclusões: Mais de um terço de nossa amostra fez uso de silicone industrial, revelando um preocupante uso desta ferramenta de modificação corporal entre as MTT, com alto risco de complicações à saúde. O maior uso está relacionado à situação de maior vulnerabilidade social, sugerindo que, para MTT, existe uma camada adicional de risco à saúde: os procedimentos não supervisionados de modificações corporais.
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