22/11/2021 - 09:00 - 18:00
PE36 - Epidemiologia em subgrupos populacionais específicos - Saúde da população negra (TODOS OS DIAS) |
35998 - PERIFERIA URBANA DE SÃO PAULO: REPRODUÇÃO SOCIAL DOS ADOLESCENTES
HELOISA DELMONTE PEREIRA - UNIFESP, JULIA COUTO DE OLIVEIRA - UNIFESP, ELDA DE OLIVEIRA - UNIFESP
Objetivo: compreender sob a ótica da interseccionalidade as relações sociais dos adolescentes da periferia urbana.
Metodologia: Pesquisa qualitativa, realizada com adolescentes de uma Escola Pública da periferia de São Paulo (SP), Brasil. Aplicou-se um questionário que apreendeu a reprodução social das famílias dos adolescentes. Realizou-se oficinas emancipatórias: metodologia para coleta de dados grupal, realizadas de nov./ 2019 a mar./ 2020; gravadas, filmadas e transcritas na íntegra. As variáveis do questionário possibilitaram distribuir os adolescentes em 04 grupos sociais. Os discursos das oficinas foram guiados pelo método do discurso do sujeito coletivo (DSC) e analisados à luz da interseccionalidade.
Resultados: Participaram 39 adolescentes: 20 fem. e 19 masc.; idade de 14 a 17 anos. Destes 29 pretos/pardos, 8 brancos e 2 outros. A família de 17 adolescentes pretos/pardos está inserida no grupo III e IV, que atesta maior instabilidade na forma de trabalhar e consumir. No grupo I e II melhor estabilidade estão inseridos 12 adolescentes pretos/pardos. A análise DSC evidenciou que a casa é o lugar dado às mulheres adolescentes. Quanto aos homens ser pretos/pardos é sinônimo de perigo, e ao sair do espaço periférico é excluído e vulnerável à violência. Apontaram a não homogeneidade da periferia e a diferença na relação social devido ao racismo. Essa diferença leva a desigualdade de lazer, educação e cuidados de saúde.
Conclusões: As relações sociais restritas à periferia devido ao racismo devem ser superadas. As escolas são territórios para trabalhar educação em saúde ancoradas na interseccionalidade.
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