22/11/2021 - 09:00 - 18:00 PE37 - Epidemiologia em subgrupos populacionais específicos - Saúde da população privada de liberdade (TODOS OS DIAS) |
37437 - PREVÂNCIA DE SÍFILIS E FATORES ASSOCIADOS ÀS MULHERES ENCARCERADAS NO BRASIL ROSANE DA SILVA SANTANA - UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ, LIGIA SANSIGOLO KERR - UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ, WILLI MCFARLAND - UNIVERSIDADE DA CALIFÓRNIA SÃO FRANCISCO, USA., GEORGE RUTHERFORD - UNIVERSIDADE DA CALIFÓRNIA SÃO FRANCISCO, USA., BERNARD CARL KENDALL - UNIVERSIDADE DA TULANE, USA., ROSA MARIA SALANI MOTA - UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ, ITALO WESLEY OLIVEIRA AGUIAR - UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ, CARLOS SANHUEZA SANZANA - UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ, PRISCILA FRANÇA DE ARAÚJO - UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ, FRANCISCO MARTO LEAL PINHEIRO JÚNIOR - UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ
Objetivo: Conhecer a prevalência de sífilis e os fatores sociodemográficos e comportamentais associados às mulheres encarceradas no Brasil. Metodologia: Estudo
transversal com 1.327 mulheres em 15 penitenciárias femininas em 9 estados no período de 2014 a 2015. A coleta dos dados deu-se pela aplicação do questionário ACASI e pela realização de teste rápido de anticorpos treponêmicos (Teste Rápido DPP® Sífilis Bio-Manguinhos). Para a análise dos dados, utilizou-se o STATA® 15.0 e a análise de associações com o evento de interesse, o teste do qui-quadrado de Pearson com o delineamento de amostragem complexa. A magnitude das associações foi estimada pelo cálculo de OR ponderado com IC de 95%. Estudo aprovado pelo CEP nº188.211,31. Resultados: A prevalência de sífilis em mulheres encarceradas no Brasil foi de 11,6% (95%IC 9,8-13,8). Houve forte associação de infecção por sífilis em mulheres encarceradas negras (AOR 1,78, 95%IC 1,10-2,87), sem moradia antes da prisão (AOR 4,58, 95%IC 2,78-7,56), que realizaram aborto (AOR 1,56, IC95% 1,02-2,38) e que sofreram violência sexual (AOR 1,59, 95%IC 1,01-2,49). O único fator protetivo para sífilis estava associado às mulheres que receberam preservativos e foram orientadas quanto ao uso na escola (AOR 0,28, 95%IC 0,08-1,00). Conclusão: Os dados revelam que as mulheres em situação de vulnerabilidade socioeconômica apresentam maior chances de ter infecção por sífilis. Desigualdade de gênero, situação socioeconômica desfavorecida, baixa escolaridade, negra ou parda, dificuldade de acesso à saúde, comportamento sexual de risco e histórico de abuso sexual contribuem para aquisição de doença tanto dentro quanto fora da prisão.
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