22/11/2021 - 09:00 - 18:00 PE40 - Epidemiologia nutricional (TODOS OS DIAS) |
35494 - ALIMENTOS ULTRAPROCESSADOS E INGESTÃO DE AÇÚCARES LIVRES ENTRE CRIANÇAS PORTUGUESAS LAURA SAMPAIO DE MOURA AZEVEDO - UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO, LUIZA ANTONIAZZI - DEPARTAMENTO DE MEDICINA PREVENTIVA FMUSP, FERNANDA RAUBER - DEPARTAMENTO DE NUTRIÇÃO FSP-USP, RENATA BERTAZZI LEVY - DEPARTAMENTO DE MEDICINA PREVENTIVA FMUSP, SARA RODRIGUES - UNIVERSIDADE DO PORTO, PORTUGAL, CARLA LOPES - UNIVERSIDADE DO PORTO, PORTUGAL, RENATA COSTA DE MIRANDA - DEPARTAMENTO DE NUTRIÇÃO UFTM
Objetivos: Avaliar a associação entre consumo de ultraprocessados (AUP) e ingestão de açúcares livres em crianças portuguesas <3 anos.
Métodos: Estudo transversal representativo envolvendo 806 crianças portuguesas entre 3-35 meses que participaram do Inquérito Alimentar Nacional e de Atividade Física 2015-2016. A ingestão alimentar foi avaliada por dois diários alimentares não consecutivos e classificada pelo sistema NOVA. A contribuição relativa dos grupos da NOVA no consumo calórico e de açúcares livres, bem como a prevalência de inadequação da ingestão de açúcares livres (≥10% da energia total) e a razão de prevalência (RP), foram avaliados de acordo com os quintos (Q) de consumo de AUP por regressão linear e de Poisson ajustadas por covariáveis socioeconômicas.
Resultados: A ingestão média de energia foi de 965 kcal/dia. Os AUP contribuíram com 36.60% da energia consumida e com mais de 88% da ingestão de açúcares livres. A ingestão média de açúcares livres aumentou segundo Q de AUP entre os grupos <1 ano (Q1=1.44% e Q5=15.16%; β=3.43; p<0.01) e 1-3 anos (Q1=3.78% e Q5=11.32%; β=1.78; p<0.01). Aproximadamente 50% do grupo <1 ano e 31.02% do grupo 1-3 anos tiveram ingestão inadequada de açúcares livres. A inadequação aumentou conforme Q de AUP nos grupos <1 ano (Q1=0.00% e Q5=99.12%; RP=2.16; p<0.01) e 1-3 anos (Q1=5.24% e Q5=58.88%; RP=1.67; p<0.01).
Conclusões: Crianças portuguesas apresentaram elevada ingestão de açúcares livres, majoritariamente provenientes de alimentos ultraprocessados. Políticas públicas que desencorajem o consumo desses tipos de produtos são fundamentais para a diminuição da ingestão de açúcares livres nesta população.
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