22/11/2021 - 09:00 - 18:00 PE41 - Epidemiologia social e determinantes sociais em saúde (TODOS OS DIAS) |
32946 - ASSOCIAÇÃO ENTRE PERCEPÇÃO DE DISCRIMINAÇÃO RACIAL E PADRÕES ALIMENTARES EM ADULTOS RAQUEL CANUTO - UFRGS, YLANA ELIAS RODRIGUES - UFCSPA, RICARDO SUñÉ NOVOSSAT - UFRGS, ILAINE SCHUCH - UFRGS
Objetivo: investigar associação entre a percepção de discriminação racial (DPR) e padrões alimentares em adultos da área central de Porto Alegre. Métodos: Estudo transversal com 400 indivíduos adultos, de ambos os sexos, da região central de Porto Alegre. A PDR foi medida pelo The experience discrimination scale (EOD), foi construído um escore a partir do somatório das respostas e indivíduos > 75% da distribuição foram considerados expostos. O consumo alimentar foi medido por um questionário de frequência alimentar e os padrões alimentares identificados através da análise de componentes principais. Análises ajustadas para variáveis sociodemográficas foram realizadas por regressão linear múltipla. O projeto teve aprovação ética. Resultados: 75% dos participantes eram mulheres, idade média de 47 anos (± 13,98), 62% eram de cor de pele branca. Foram identificados quatro padrões alimentares (PA): saudável, tradicional, carboidratos e açúcares refinados e fast food. Indivíduos pretos, com até o ensino fundamental incompleto, menor renda familiar e que moravam em áreas de maior vulnerabilidade social foram os mais expostos a PDR (p <0,05). Na análise bruta, PDR associou-se aos PA tradicional (β 0.19; IC95% 0.01 a 0.37) e ao PA carboidratos e açúcares refinados (β 0.37; IC95% 0.19 a 0.55). Na análise ajustada, a PDR manteve-se associada apenas ao PA carboidratos e açúcares refinados (β 0.28; IC95% 0.11 a 0.46). Conclusão: A percepção de discriminação racial associou-se ao maior consumo de alimentos ricos em carboidratos simples e açucares. Isso pode ser explicado por mecanismos estressores e de privação financeira ligados a discriminação racial no Brasil.
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