22/11/2021 - 09:00 - 18:00
PE41 - Epidemiologia social e determinantes sociais em saúde (TODOS OS DIAS) |
33055 - INTERSECCIONALIDADE, DISCRIMINAÇÃO, QUALIDADE DE VIDA NA POPULAÇÃO ADULTA DO SUL DO BRASIL
FERNANDA DE OLIVEIRA - UFSC, JOÃO LUIZ DORNELLES BASTOS - UFSC, RODRIGO OTAVIO MORETTI-PIRES - UFSC
Objetivos: este estudo investigou como a interação entre os eixos de marginalização raça/cor, gênero, escolaridade e discriminação interpessoal afetam distintas dimensões da qualidade de vida de indivíduos adultos. Métodos: trata-se de uma análise transversal, realizada com dados da segunda onda do estudo EpiFloripa Adulto, conduzida em Florianópolis, Sul do Brasil, em 2012. Estimamos modelos de regressão linear para cada domínio e para a qualidade de vida geral, aferida com o WHOQOL-Bref. O efeito da mediação pela discriminação foi analisado com o método KHB. Resultados: a escolaridade foi preditora da qualidade de vida geral, com prejuízo para os indivíduos de baixa escolaridade. Gênero e escolaridade foram preditores do domínio físico, com médias inferiores para as mulheres e para o grupo menos escolarizado. Para o domínio psicológico, a intersecção entre gênero e escolaridade resultou em uma média 9,1 pontos menor para mulheres de baixa escolaridade. Gênero e raça/cor foram preditores da qualidade de vida no domínio social, reduzindo em 5,2 pontos a média das mulheres negras. Escolaridade e raça/cor foram preditores do domínio do meio ambiente, com médias inferiores para negros e indivíduos com até 11 anos de estudo. Análises de mediação demonstraram que 4,3% do efeito da interseccção entre escolaridade e gênero sobre o domínio psicológico e 88,92% do efeito da intersecção entre raça/cor e gênero sobre o domínio social, foram mediados pela discriminação interpessoal. Conclusão: esses resultados confirmam as hipóteses do estudo, apontando a importância e a contribuição da análise interseccional para a investigação das iniquidades na qualidade de vida.
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