22/11/2021 - 09:00 - 18:00 PE41 - Epidemiologia social e determinantes sociais em saúde (TODOS OS DIAS) |
36242 - RACISMO ESTRUTURAL E ÓBITOS MATERNOS NO BRASIL: UMA ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA TACIANA SILVA FERREIRA DE MORAES - UNICAP - UNIVERSIDADE CATÓLICA DE PERNAMBUCO, MARIANA DA SOLEDADE URQUIZA LINS - UNICAP - UNIVERSIDADE CATÓLICA DE PERNAMBUCO, MATHEUS ALEXANDRE SOBRAL BATISTA - FPS - FACULDADE PERNAMBUCANA DE SAÚDE, LUÍSA VANESSA DOS REIS SILVA - FPS - FACULDADE PERNAMBUCANA DE SAÚDE, HENRIQUE LAGES CONSTANT MELO - UNICAP - UNIVERSIDADE CATÓLICA DE PERNAMBUCO, PAULA NEVES DE ALMEIDA - UNICAP - UNIVERSIDADE CATÓLICA DE PERNAMBUCO, MARIA LUIZA DE MELO SANTANA - FPS - FACULDADE PERNAMBUCANA DE SAÚDE, GABRIEL SABINO COSTA - UNICAP - UNIVERSIDADE CATÓLICA DE PERNAMBUCO, RAFAELY MARCIA SANTOS DA COSTA - AGGEU MAGALHÃES -FIOCRUZ, ALEXANDRE BARBOSA BELTRÃO - UNICAP - UNIVERSIDADE CATÓLICA DE PERNAMBUCO
Objetivo: Descrever o perfil de óbitos maternos em mulheres segundo raça/cor por complicações do trabalho de parto e do parto no Brasil, fazendo um paralelo com os indicadores de vulnerabilidades sociais e econômicas aos quais essas mulheres são expostas.
Método: Trata-se de um estudo transversal, de caráter quantitativo. Foram coletados dados de mortalidade materna referentes ao capítulo XV do CID-10, segundo a variável raça/cor, disponíveis no DATASUS, durante o período de 2009-2019. Também foram levantados dados do IPEA sobre condições socioeconômicas segundo etnia, baseados nos indicadores da PNAD, de 2011-2015. Os achados foram contextualizados com a produção teórica e científica na área.
Resultados: Foram notificados 2864 óbitos maternos neste período. Ao relacionar à cor/raça, observa-se um maior número de mortes maternas decorrentes de complicações do trabalho de parto e do parto na população negra, representando 61,73% do total. Com relação à distribuição por região e raça/cor, o Nordeste apresentou maior proporção de óbitos, 78,32% de mulheres negras, seguido da região Norte com 74,04%, da região Centro-Oeste, 64,16%, da região Sudeste, 50,49%, e da região Sul, com 20,60%. Quanto aos resultados oriundos dos indicadores da PNAD, foi possível perceber que o grupo das mulheres negras apresentou alta vulnerabilidade social no que diz respeito às condições de saúde e acesso à educação.
Conclusão: Conclui-se, assim, a necessidade de conhecer o perfil sócio epidemiológico das mulheres grávidas negras do Brasil, no sentido de compreender a complexidade das desigualdades sociais expressas nos dados de óbitos maternos, reflexo das vulnerabilidades socioeconômicas exacerbadas pelo racismo estrutural.
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